Nenhuma grande revolução abalou as bases da oncologia em 2014, mas é claro que tivemos avanços. Onconews convidou os grupos brasileiros de pesquisa em câncer para apontar os principais marcos de 2014, em diferentes especialidades.
Clarissa Mathias, do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT), lembrou dos progressos no rastreamento do câncer de pulmão e das terapias cada vez mais direcionadas por estudos moleculares. Na imunoterapia, agora também os modernos inibidores de checkpoint têm lugar no tratamento do câncer de pulmão.
Carlos Barrios, do Grupo Brasileiro de Estudos de Câncer de Mama (GBECAM), destacou os estudos SOFT e TEXT no cenário adjuvante, para mulheres pré-menopáusicas com receptores hormonais positivos, mas observou que a despeito das inovações da era da seleção molecular, barreiras ainda dificultam a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama.
Para o Grupo Brasileiro de Tumores Urológicos (GTU), os avanços no tratamento do câncer de próstata metastático resistente à castração foram o grande destaque da uro-oncologia.Igor Morbeck, do GTU, fala dos agentes terapêuticos expoentes na doença metastática, abiraterona e enzalutamida, e de estudos que derrubaram mitos, demonstrando que a suplementação vitamínica com selênio e vitamina E não mostrou benefícios no câncer de próstata. Ao contrário, foi capaz de aumentar a chance de tumores de alto grau.
Na retrospectiva do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), Anelisa Coutinho apontou a criação de um biobanco internacional como um dos maiores avanços em neoplasia gastrointestinal em 2014. Trata-se do Colorectal Cancer Subtyping Consortium, com 4.562 amostras para estudos moleculares, de mais de 15 centros.
No câncer colorretal metastático, FIRE-3 e CALGB trouxeram respostas definitivas e mostraram que os antiangiogênicos bevacizumabe e cetuximabe são opções igualmente válidas na primeira linha.
Na neuro-oncologia, Marcus Maldaum, da Sociedade Latino-Americana de Neuro-oncologia (SNOLA), fala da associação de técnicas que permitem ampliar a segurança cirúrgica e destaca a combinação de drogas no tratamento clínico, com novas promessas no panorama da especialidade.
Rafael Schmerling, do Grupo Brasileiro de Melanoma, traz o cenário de 2014 no diagnóstico, tratamento e seguimento do melanoma e aponta caminhos para as terapias da próxima geração. Na mesma linha, Angélica Nogueira, do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (GBTG), comenta os avanços que começam a cumprir a promessa de medicina de precisão.
O ano trouxe bons resultados para o tratamento do mieloma múltiplo, com ampliação das pesquisas e opções terapêuticas. No entanto, Vânia Hungria, do Grupo Brasileiro de Mieloma Múltiplo (GEBRAMM), lamenta que os novos tratamentos ainda não estejam disponíveis para o paciente brasileiro.
E para fechar a retrospectiva, um pouco do panorama da oncohematologia com a análise de Vânia Hungria, do Grupo Brasileiro de Mieloma Múltiplo (GBRAMM), que celebra os avanços no tratamento, mas aponta desafios importantes para que os pacientes brasileiros tenham acesso aos modernos regimes terapêuticos.
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