Igor Morbeck, oncologista do Hospital Sírio-Libanês e professor da PUC, em Brasília; e Luiz Henrique Araújo, oncologista do INCA e do Americas Oncologia, no Rio de Janeiro, discutem os destaques em câncer de pulmão apresentados no Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO). Em perspectiva, o papel da imunoterapia na primeira linha de tratamento do câncer de pulmão, bem como a quimioterapia nesse cenário. No KEYNOTE-042, os especialistas questionam o resultado adicional no cutoff de 1 a 49% de expressão do PD-L1. “O que puxou o resultado positivo do estudo foi a subcoorte acima de 50% de expressão do PD-L1. A análise exploratória mostra que ali está o grande benefício”, avaliaram.

O radio-oncologista Robson Ferrigno (foto), médico responsável pelos Serviços de Radioterapia dos Hospitais BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo - e BP Mirante, analisa estudos apresentados na ASCO 2018 que avaliaram o papel da radioterapia no câncer de mama estádios I a III e no câncer de pâncreas operável ou no limite de possibilidade de ressecção.
Estudo observacional de mundo real com participação de 13 países comprovou a eficácia do afatinibe para o tratamento de câncer de pulmão metastático com mutações de EGFR, e mostrou que reduções de dose garantem menos efeitos colaterais, sem comprometer a eficácia. Os dados são do RealGIDO, aceito em publicação eletrônica na ASCO 2018. “Estes dados consolidam o afatinibe, atualmente incluído no ROL da ANS, como uma das principais opções no tratamento de primeira linha do câncer de pulmão EGFR-mutado, e suportam a prática dos oncologistas que iniciam o tratamento na dose de 30mg/dia para pacientes frágeis”, avalia o oncologista Diogo Bugano, médico do Hospital Israelita Albert Einstein.
Os desafios do diagnóstico e tratamento de sarcomas e outros tumores raros em cenários com recursos limitados foi tema da apresentação do patologista Antônio Nascimento (foto), médico do A.C.Camargo Cancer Center, em sessão educacional na ASCO 2018.
Os estudos em oncologia gastrointestinal que concentraram as atenções na ASCO 2018 são tema de análise de Heber Salvador de Castro Ribeiro (foto), cirurgião oncológico do A.C.Camargo Cancer Center e secretário geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Entre os destaques, o especialista aponta como practice-changing o estudo PRODIGE-24, que demonstrou que mFOLFIRINOX é mais eficaz que gencitabina como tratamento adjuvante no câncer de pâncreas inicial, com ganho de 20 meses de sobrevida comparado ao padrão de tratamento.
Pacientes com câncer de pâncreas inicial tratados com quimiorradioterapia antes da cirurgia tiveram melhor sobrevida livre de doença que pacientes que receberam apenas cirurgia, atual padrão de tratamento, com benefícios também na sobrevida em 2 anos (42% vs 30%). É o que apontam dados preliminares de estudo randomizado de Fase III apresentado na ASCO, dia 4 de junho (LBA 4002). A oncologista Renata D’Alpino (foto), coordenadora de Tumores Gastrointestinais e Neuroendócrinos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e diretora científica do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), analisa os resultados.
Estudo randomizado de fase III mostra na ASCO que mFOLFIRINOX é mais eficaz que gencitabina no tratamento adjuvante do câncer de pâncreas inicial, com ganho de 20 meses de sobrevida comparado ao padrão de tratamento. O estudo PRODIGE 24/CCTG PA.6 demonstrou que FOLFIRINOX adjuvante é um dos maiores avanços já vistos na terapia do tumor pancreático, e deve ser considerado um novo padrão em doentes aptos”, afirma Duílio Reis da Rocha Filho (foto), chefe do serviço de oncologia clínica do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará, e consultor científico do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG).





