A ingestão de ácidos graxos poliinsaturados de origem marinha (PUFA, da sigla em inglês) pode ter papel na prevenção do câncer colorretal, graças à potente atividade imunomoduladora do ômega3. A conclusão é dos pesquisadores da Harvard Medical School, em estudo publicado em maio no JAMA Oncology.
O estudo prospectivo de coorte avaliou dados de longo prazo de enfermeiros (1984-2010) e profissionais de saúde (1986-2010) para testar a hipótese de que a ingestão de ômega 3 (ω-3) marinho pode estar associada com um menor risco de câncer colorretal.
Entre 173.229 participantes predominantemente brancas, 125.172 forneceram dados sobre a ingestão de ômega 3 (ω-3) marinho, a partir de questionários de frequência alimentar. A presença de câncer colorretal foi caracterizada pela expressão de CD3+, CD8+, CD45RO (PTPRC) + ou pela expressão de FOXP3 no tecido do tumor, a partir de exames de imagem e de imuno-histoquímica.
De 2504 casos de câncer colorretal registrados na população avaliada, os pesquisadores documentaram 614 (252 homens, 362 mulheres) que permitiram avaliar a infiltração de células T no microambiente tumoral. Os resultados mostram a relação inversa entre a ingestão de ômega 3 com risco de câncer colorretal, de acordo com a densidade de FOXP3 no tecido tumoral. A ingestão de pelo menos 0,35 gramas de ômega 3 por dia foi associada com uma razão de risco (HR) de 0,57 para o desenvolvimento de tumores de baixa densidade (IC 95%, 0,40-0,81; P <.001). No entanto, não houve associação entre a ingestão de ômega 3 para os tumores de alta densidade de acordo com a expressão de CD3+, CD8+ ou densidade de células CD45RO + (P ≥ 0,34).
Os achados do estudo sugerem papel potencial do ômega3 na imunoprevenção do câncer colorretal.
Referência: Marine ω-3 Polyunsaturated Fatty Acid Intake and Risk of Colorectal Cancer Characterized by Tumor-Infiltrating T Cells - JAMA Oncol. Published online May 05, 2016. doi:10.1001/jamaoncol.2016.0605