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ASCO GU 2020

Radioterapia adjuvante após prostatectomia radical

tobias poster bxO oncologista Tobias Engel Botrel (foto), do Centro Integrado de Oncologia e Pesquisa (CIOP), em Poços de Caldas, é o primeiro autor de revisão sistemática e meta-análise comparando a eficácia da radioterapia adjuvante com a vigilância em pacientes submetidos a prostatectomia radical para câncer de próstata localizado. O trabalho foi realizado em parceria com o Comitê Brasileiro de Estudos em Uro-Oncologia (COBEU).

Foram incluídos todos os estudos que compararam radioterapia adjuvante versus vigilância após cirurgia radical para CaP. Os endpoints primários ​​foram sobrevida livre de progressão bioquímica (bPFS), sobrevida livre de metástase (MPFS), sobrevida específica para câncer de próstata (CSS), sobrevida global (SG) e efeitos colaterais.

Resultados

No geral, 68 estudos foram identificados e rastreados. A análise final incluiu 7 ensaios (EORTC 22911, SWOG 8794, ARO 96-02 / AUO AP 09/95, RAVES, FINNISH, GETUG-AFU 17 e RADICALS-RT), que compreenderam 4.221 pacientes. A sobrevida livre de progressão bioquímica foi maior nos pacientes que receberam radioterapia adjuvante (efeito fixo: HR = 0,58, IC 95% = 0,52 a 0,66; p <0,00001), mas com significativa heterogeneidade (Chi2 = 40,34, df = 6 (P <0,00001); I2 = 85%)

Para explorar melhor essa heterogeneidade, os pesquisadores realizaram uma análise do modelo de efeito aleatório. O resultado permaneceu favorável à radioterapia adjuvante (efeito aleatório: HR = 0,64, IC 95% = 0,45 a 0,90; p = 0,01). A sobrevida livre de metástase também foi maior nos pacientes que receberam radioterapia adjuvante (HR = 0,77, IC 95% = 0,65 a 0,91; p = 0,002). A sobrevida específica por câncer de próstata e a sobrevida global não foram estatisticamente diferentes nos pacientes com ou sem radioterapia adjuvante (HR = 0,79; IC 95% = 0,47 a 1,32; p = 0,36 e HR = 0,92; IC 95% = 0,77 a 1,11; p = 0,38, respectivamente). A incidência de eventos adversos (gastrointestinais e geniturinários) foi maior no grupo que recebeu radioterapia adjuvante.

“Esta é a primeira meta-análise, incluindo os sete ensaios clínicos randomizados disponíveis na literatura (a meta-análise anterior revisou apenas três), comparando radioterapia adjuvante versus vigilância ativa após prostatectomia radical por CaP. A radioterapia adjuvante aumentou estatisticamente a sobrevida livre de progressão bioquímica e a sobrevida livre de metástase, mas não teve impacto na sobrevida global ou na sobrevida específica por câncer de próstata", afirmou Botrel. "Devemos buscar cada vez mais individualizar o tratamento da neoplasia de próstata, selecionando o paciente que  possivelmente se beneficiará da radioterapia adjuvante de imediato, uma vez que os seus resultados na sobrevida global e na sobrevida câncer específica foram semelhantes a conduta expectante (ou vigilância ativa) após a cirurgia e o tratamento não é livre de efeitos colaterais", concluiu.

Referência: Abstract 366 - Adjuvant radiotherapy following radical prostatectomy for prostate cancer: A systematic review and meta-analysis. - Tobias Engel Ayer Botrel et al - J Clin Oncol 38, 2020 (suppl 6; abstr 366)

 

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