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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

Novas diretrizes para terapias de resgate no câncer de próstata

murilo luz 23Novas diretrizes sobre terapias de resgate para câncer de próstata foram publicadas pela American Urological Association (AUA), em parceria com a American Society for Radiation Oncology (ASTRO) e a sociedade americana de uro-oncologia. “É um guideline bastante importante e vem em um momento muito oportuno”, diz o uro-oncologista Murilo Luz (foto), que comenta as recomendações.

Embora o padrão de cuidados para câncer de próstata clinicamente localizado seja curativo para a maioria dos pacientes, o risco de recorrência e até mesmo de metástase subsequente é superior a 50% em pacientes com características de maior risco de doença. Assim, compreender a avaliação e o uso adequado de terapias de resgate para pacientes com recorrência bioquímica é uma área crítica do tratamento do câncer de próstata.

A diretriz de conduta propõe 30 recomendações, explorando a utilização de novos agentes terapêuticos e modalidades de imagem, assim como explora marcadores prognósticos baseados em evidências para otimizar a seleção de pacientes, melhorar os resultados oncológicos e manter a qualidade de vida desses pacientes.

A revisão sistemática que informa as atuais diretrizes foi baseada em pesquisas no Ovid MEDLINE (1946 a 21 de julho de 2022), Cochrane Central Register of Controlled Trials (até agosto de 2022) e Cochrane Database of Systematic Reviews (até agosto de 2022). As pesquisas de atualização foram complementadas pela revisão de artigos considerados relevantes em bancos de dados eletrônicos.

“Entre os destaques mais relevantes está a menção ao uso de classificadores genômicos e muitas referências ao uso da nova geração de imagem, como o PET-PSMA, que hoje já é uma realidade no cenário de resgate”, diz Murilo Luz.

Outro aspecto importante refere-se ao uso da ressonância magnética. “Mesmo após a utilização de um PET-PSMA, a associação com a ressonância magnética é muito importante para o diagnóstico, principalmente de recidivas locais”, explica.

Entre as recomendações, o guideline enfoca a radioterapia de resgate também para pacientes com PSMA negativo. “Quando não se detecta doença no PET-PSMA, ainda assim a conduta é manter a radioterapia de resgate como um tratamento padrão”, esclarece Luz.

O uro-oncologista também destaca o uso de PSA ultrassensível entre as diretrizes atuais. “Não era uma rotina, particularmente nos Estados Unidos, e agora mesmo no contexto norte-americano tem se tornado rotina, estratégia que já utilizamos há algum tempo aqui no Brasil”.

As recomendações desse guideline também validam outra abordagem que já vinha sendo utilizada na prática. “Agora temos a recomendação para adotar a SBRT (Stereotactic Body Radiation Theraphy) em alguns cenários de recorrência do câncer de próstata”, diz Luz, destacando ainda que a nova diretriz preconiza a adição de bloqueio com terapia de privação androgênica à radioterapia de resgate nos casos de alto risco. “Isso levanta a discussão sobre um tratamento de longa duração em pacientes de mais alto risco”.

A íntegra das diretrizes de conduta está disponível em acesso aberto, no site da AUA, em https://www.auanet.org/guidelines-and-quality/guidelines/salvage-therapy-for-prostate-cancer

Referência: Morgan TM, Boorjian SA, Buyyounouski MK, et al. Salvage therapy for prostate cancer: AUA/ASTRO/SUO guideline part I: introduction and treatment decision-making at the time of suspected biochemical recurrence after radical prostatectomy. J Urol. 2024;211(4):509-517.


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