Pesquisa do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) busca comparar a radioterapia parcial acelerada versus a radioterapia padrão ou hipofracionada em pacientes com câncer de mama em estágio inicial submetidas à cirurgia conservadora. O estudo (LAPIDARY) está aberto a recrutamento e tem como principal investigador o radio-oncologista Eduardo Barbieri (foto).
Neste estudo piloto prospectivo, randomizado, controlado, o objetivo é avaliar a eficácia e a segurança da irradiação parcial acelerada da mama, em 5 frações, versus irradiação padrão ou hipofracionada de toda a mama, em 15 e 5 frações, em pacientes com câncer de mama inicial após cirurgia conservadora.
São elegíveis mulheres com idade ≥50 anos com tumor < 3 cm (diâmetro microscópico máximo do componente invasivo) submetidas à cirurgia conservadora da mama para adenocarcinoma invasivo (exceto carcinoma lobular invasivo clássico), com doença unifocal com graus histopatológicos I ou II, bom status de desempenho (ECOG 0-1), sem invasão linfovascular e com margens microscópicas mínimas de 2mm de tecido não canceroso (excluindo margem profunda quando na fáscia profunda). Os critérios de inclusão também consideram participantes não expostas à radioterapia mamária ou mediastinal anterior e sem metástases hematogênicas.
“Pretendemos recrutar inicialmente neste estudo piloto 36 pacientes”, explica Barbieri, para quem a importância da pesquisa está em mostrar não inferioridade no tratamento em 5 dias, tanto em controle local e sobrevida, quanto em resultados cosméticos. “Em um país como o Brasil, onde a demanda pelo tratamento com radioterapia é reprimida e muitos pacientes moram longe dos serviços oncológicos, ter a possibilidade de fazer o tratamento em um terço do tempo, representa não apenas menos visitas ao hospital, mas a possibilidade de tratar três vezes mais pacientes em um mesmo aparelho de radioterapia”, destaca.
O protocolo do ensaio LAPIDARY está registrado na plataforma ClinicalTrials.gov: NCT04669873.