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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

Biomarcador prognóstico no glioblastoma

camilla yamada lacog BXA progastrina circulante, hPG80, é um potencial biomarcador sérico produzido pelas células tumorais presentes no sangue de pacientes com vários tipos de câncer. Estudo de Doucet et al. no ESMO Open sugere que o hPG80 plasmático pode servir como biomarcador prognóstico após cirurgia em pacientes com glioblastoma tratados com radioquimioterapia. Camilla Yamada (foto), head do LACOG Neuro Cancer Group, comenta o trabalho.

Pacientes com glioblastoma têm prognóstico sombrio e não há biomarcador preditivo ou prognóstico a partir de amostras de sangue. A progastrina circulante tem papel na regulação das células precursoras (stem cells), hipoxia, angiogêneses, proliferação / diferenciação e apoptoses.  Neste estudo retrospectivo, multicêntrico, os pesquisadores buscaram avaliar o valor prognóstico do hPG80 plasmático em pacientes com glioblastoma com isocitrato desidrogenase selvagem após a cirurgia.

Foram inscritos pacientes com glioblastoma tratados com radioquimioterapia padrão. Os níveis de hPG80 foram medidos em amostras plasmáticas de EDTA coletadas após a cirurgia com um kit ELISA DxPG80.lab (Biodena Care, Montpellier, França), que possui um limiar de detecção de 1,2 pM.  Os pesquisadores avaliaram a relação entre os níveis plasmáticos de hPG80 pós-operatório, em combinação com outros fatores prognósticos conhecidos, assim como avaliaram a sobrevida livre de progressão (SLP) e a sobrevida global (SG) dos pacientes.

A análise de Doucet et al. mostra que 69 pacientes foram avaliáveis. Amostras de plasma foram coletadas após biópsia tumoral (B), ressecção parcial (RP) e ressecção completa (RC) em 22, 25 e 22 pacientes, respectivamente. Os autores descrevem que a uma concentração mediana de 5,37 pM (intervalo interquartil 0,00-13,90 pM), hPG80 foi detectado em 48 (70%) pacientes (hPG80+). A CR foi associada a valores significativamente mais baixos dos níveis de hPG80: o valor mediano foi de 0,7 versus 21,1 pM para PR (P = 0,02) e 8,3 pM para B (P = 0,004). A taxa de detecção de hPG80 também foi significativamente menor: 50% (CR) versus 72% (PR) versus 86% (B) (P = 0,005).

A mediana de acompanhamento foi de 39 meses [22,4 meses – não alcançado]. A detecção pós-operatória de hPG80 foi associada a SLP numericamente menor (6,4 versus 9,4 meses, P = 0,13), assim como a SG (14,5 versus 20,9 meses, P = 0,11).  Doucet e colegas descrevem que na análise multivariada, o hPG80 foi um fator prognóstico para SG (P = 0,034).

“A circulação de hPG80 pode servir como um novo biomarcador prognóstico após cirurgia em pacientes com glioblastoma tratados com radioquimioterapia”, concluem os autores. “Como o hPG80 é facilmente detectável no plasma, ele pode ser testado periodicamente durante o tratamento ou vigilância, ajudando a identificar pacientes que poderiam se beneficiar de um tratamento mais pesado ou distinguir a doença progressiva da radionecrose de maneira rápida e econômica”, acrescentam.

Este é o primeiro estudo a avaliar o valor prognóstico do hPG80 em pacientes com glioblastoma. Os autores destacam que um estudo prospectivo, incluindo dosagem pré-operatória com análise longitudinal, é necessário para apoiar o valor do hPG80 plasmático como um preditor de resultado em pacientes com glioblastoma.

“Segundo os dados disponíveis na literatura, o hPG80 é um potencial biomarcador prognóstico em vários cânceres. Neste trabalho, demonstrou-se impacto em sobrevida nos pacientes com GBM e hPG80 positivo correlacionando com a extensão da ressecção, este sim, já bem estabelecido como um dos marcadores de maior impacto na sobrevida nestes pacientes”, explica Camilla Yamada.” Os biomarcadores prognósticos nos auxiliam na programação terapêutica, principalmente nos pacientes com doenças com prognóstico tão reservado como no GBM. Este dado tem como perspectiva futura escalonamento do tratamento em pacientes com positividade desse marcador no pós-operatório”, analisa a oncologista.

Este estudo (PROGLIO) está registrado na plataforma Clinical Trials: NCT05157594. 

Referência: Open Access. Published: September 13, 2023. DOI: https://doi.org/10.1016/j.esmoop.2023.101626


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