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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Tislelizumabe mostra benefício de sobrevida global como primeira linha no câncer de esôfago avançado

Duilio Rocha 2020 ok 2Um novo agente experimental, o anti PD-1 tislelizumabe mostrou benefício de sobrevida global (SG) no tratamento de pacientes com carcinoma de células escamosas de esôfago (ESCC) irressecável, localmente avançado, recorrente ou metastático, sem tratamento prévio. É o que mostram os dados da análise interina do ensaio randomizado de Fase 3 (RATIONALE 306), confirmando que tislelizumabe mais quimioterapia atingiu o principal endpoint e melhorou significativamente a SG em comparação com a quimioterapia isolada nessa população de pacientes, independentemente da expressão de PD-L1. Quem analisa os resultados é o oncologista Duilio Rocha Filho (foto), chefe do Serviço de Oncologia Clínica do Hospital Universitário Walter Cantídio (UFC-CE) e membro do Conselho Científico do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG).

Neste estudo multicêntrico, randomizado, de Fase 3 (RATIONALE 306) o anti PD-1 tislelizumabe está sendo avaliado em combinação com quimioterapia versus quimioterapia isolada em pacientes com ESCC irressecável, localmente avançado recorrente ou metastático. Aproximadamente 649 participantes foram randomizados 1:1 para receber tislelizumabe mais quimioterapia ou apenas quimioterapia. O endpoint primário é SG. Os endpoints secundários incluem sobrevida livre de progressão, taxa de resposta objetiva, duração da resposta e qualidade de vida relacionada à saúde, além de dados de segurança.

“As pessoas que vivem com câncer de esôfago enfrentam desafios diários dolorosos e geralmente têm um prognóstico ruim, com taxa de sobrevida de cinco anos de cerca de 5% para casos metastáticos, ressaltando a urgência de mais opções de imunoterapia”, disse Jeff Legos, vice-presidente executivo da Novartis, companhia que está à frente do desenvolvimento global da nova molécula. Agora, os resultados de tislelizumabe serão detalhados em uma grande conferência médica e apresentados às autoridades regulatórias. “Planejamos discutir esses dados com as autoridades de saúde e continuaremos a expandir nosso programa de desenvolvimento clínico de tislelizumabe em busca de novas combinações sinérgicas, com o objetivo final de estender a sobrevida para mais pacientes”, declarou Legos.

Duilio observa que a imunoterapia tem se mostrado uma estratégia vencedora no CEC de esôfago avançado. "Cinco estudos randomizados que avaliaram o papel da adição de um inibidor de checkpoint à quimioterapia de primeira linha – CheckMate 649, KEYNOTE-590, ORIENT-15, JUPITER-06 e ESCORT-1 - tiveram resultados positivos. O estudo randomizado RATIONALE 306 propôs-se a avaliar o papel da adição de um novo anti-PD-1, tislelizumabe, a um doublet de platina no tratamento de primeira linha do CEC de esôfago avançado. Os endpoints primários do estudo foram sobrevida global e sobrevida livre de progressão. De acordo com um comunicado da patrocinadora do estudo, o tislelizumabe aumentou a sobrevida dos pacientes no braço experimental, de forma independente de PD-L1", afirma, acrescentando que ao contrário dos estudos JUPITER -06 e ESCORT-1, que foram realizados apenas na China, o RATIONALE-306 é um estudo global, o que aumenta a validade dos resultados.

"Os dados se somam aos observados no estudo RATIONALE-302, que mostrou um ganho de sobrevida com tislelizumabe em comparação com quimioterapia no tratamento de segunda linha do CEC de esôfago, e reforçam a eficácia do novo anti-PD-1. Contudo, é preciso aguardar a apresentação dos dados do RATIONALE-306 para checar a magnitude do benefício, assim como o impacto em sobrevida livre de progressão, resposta, qualidade de vida e toxicidade. Adicionalmente, é importante conhecer o resultado na população com baixa expressão de PD-L1", conclui.  

Dados da Globocan (Globocan, 2020) indicam que ESCC é o tipo mais comum de câncer de esôfago, com 604 mil novos casos estimados no mundo em 2020, com 544 mil mortes no período.

Tislelizumab está atualmente sob análise da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA e da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para ESCC avançado ou metastático após quimioterapia anterior. A EMA também está analisando dados do anti PD-1 tislelizumabe para câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado ou metastático após quimioterapia anterior e em combinação com quimioterapia para CPCNP avançado ou metastático, em pacientes sem tratamento prévio.

O ensaio clínico RATIONALE 306 está registrado na plataforma ClinicalTrials.gov: NCT03783442.

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