24112024Dom
AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

Cirurgia no câncer de pâncreas limítrofe e localmente avançado

felipe coimbra 2020 bxModelo preditivo de base populacional se propõe a identificar candidatos ideais para ressecção do tumor entre pacientes com câncer de pâncreas limítrofe e localmente avançado. Os resultados estão na edição de março da Pancreatology e podem apoiar a tomada de decisão. “É muito oportuna a tentativa de organizar critérios mais objetivos para seleção do paciente em cada etapa do tratamento”, avalia o cirurgião oncológico Felipe Coimbra (foto), diretor do Departamento de Cirurgia Abdominal do AC Camargo Cancer Center.

A ressecção cirúrgica do tumor primário em pacientes com câncer de pâncreas limítrofe e localmente avançado (BR/LAPC) ainda é questão controversa. Para determinar se há benefício da cirurgia, pesquisadores chineses desenvolveram um nomograma para rastrear quem é o candidato ideal para a ressecção.

“Identificamos pacientes do banco de dados de Vigilância, Epidemiologia e Resultados Finais (SEER) que foram divididos em grupos, o cirúrgico e o não cirúrgico. Uma correspondência de pontuação de propensão (PSM) 1:1 foi usada para mitigar o viés”, descrevem os autores.

Nesta análise, a hipótese é de que os pacientes que se submeteram à cirurgia se beneficiaram da ressecção e alcançaram sobrevida global (SG) mediana mais longa do que aqueles que não realizaram a cirurgia. Análises de regressão logística univariada e multivariada foram usadas para determinar as variáveis ​​que afetam os resultados cirúrgicos e um nomograma foi criado com base nos resultados logísticos multivariados. A calibração do nomograma foi verificada com curva ROC (Receiver Operator Characteristic) e gráficos de calibração.

Um total de 518 pares de pacientes com câncer pancreático cirúrgico e não cirúrgico foram correlacionados após PSM. As curvas de sobrevida mostraram maior SG no grupo cirúrgico, com mediana de 14 meses versus 8 meses. No grupo cirúrgico, 340 (65,63%) pacientes tiveram sobrevida maior que 8 meses (grupo com benefício). Os resultados mostram que idade, tamanho do tumor, grau de diferenciação e quimioterapia influenciam significativamente no benefício da cirurgia para tumores primários e foram usados ​​como preditores para construir o nomograma. A área sob a curva ROC (AUC) atingiu 0,747 e 0,706 nos grupos de treinamento e validação.

“Desenvolvemos um modelo preditivo prático para apoiar a tomada de decisão clínica que pode ser usado para ajudar os médicos a determinar se há benefício na ressecção cirúrgica do tumor primário em pacientes com BR/LAPC”, destacam os autores. 

Para o cirurgião oncológico Felipe Coimbra, ainda existe um grande desafio na tomada de decisão para o tratamento do câncer de pâncreas limítrofe para ressecção ou naqueles com doença localmente avançada sem metástases. “Primeiro, porque estamos lidando com uma doença de características sistêmicas numa fase muito precoce da sua evolução, e cujo tratamento curativo principal é uma cirurgia de alta complexidade pelas suas características anatômicas, junto de estruturas vasculares importantes, tais como: tronco celíaco, artéria mesentérica e sistema mesentérico portal venoso, levando muitas vezes à necessidade de ressecções vasculares em conjunto com o tumor pancreático. Além disso, devemos sempre levar em consideração fatores relacionados ao paciente, como: idade (maioria dos pacientes com câncer de pâncreas é idoso), performance status e comorbidades”, esclarece Coimbra.

“Segundo, sabemos que habitualmente também será necessário a utilização de tratamentos adjuvantes ou neoadjuvantes como parte fundamental da estratégia multidisciplinar nesses casos. Portanto, é muito oportuna a tentativa de se organizar critérios mais objetivos para seleção do paciente em cada etapa do tratamento, o que certamente irá ajudar oncologistas e pacientes a pesarem riscos e benefícios na escolha da melhor sequência terapêutica”, acrescenta.

“Especificamente quanto à cirurgia, vale ressaltar que para nós, saber quando não operar é tão importante quanto indicar um procedimento, evitando riscos e consequências desnecessárias aos pacientes. Este e outros estudos devem ajudar a trazer luz a esta situação”, conclui.

Referência: Zhenhua Lu et al. Identifying optimal candidates for tumor resection among borderline and locally advanced pancreatic cancer: A population-based predictive model. Pancreatology. https://doi.org/10.1016/j.pan.2022.01.004


Publicidade
ABBVIE
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
banner_assine_300x75.jpg
Publicidade
300x250 ad onconews200519