27112024Qua
AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

SOLO2: terapia de manutenção no câncer de ovário revidivado BRCAm

elias abdo bxAnálise final do estudo SOLO2/ENGOT-Ov21 demonstrou que olaparibe (Lynparza®, Astrazeneca) proporcionou uma mediana de benefício de sobrevida global de 12,9 meses em comparação com placebo em pacientes com câncer de ovário recidivado sensível à platina e mutação BRCA1/2. Os resultados foram publicados no Lancet Oncology, em artigo que tem o oncologista Elias Abdo (foto), chefe do Serviço de Oncoginecologia Clínica do ICESP-HCFMUSP e Oncologia D`Or, como um dos autores.

“Os resultados ressaltam a eficácia e segurança do uso de inibidores de PARP nessa população de pacientes, com aumento de sobrevida global, abrindo a possibilidade de novas indicações em tumores de mama e próstata, por exemplo, além de combinações com outros agentes”, destaca Abdo.

Análises anteriores demonstraram que olaparibe aumentou a sobrevida livre de progressão em comparação com placebo quando administrado a pacientes com câncer de ovário seroso ou endometrioide de alto grau recidivado sensíveis à platina e que apresentavam mutação nos genes BRCA1/BRCA2. O objetivo desta análise final foi avaliar o efeito de olaparibe na sobrevida global.

O ensaio clínico de Fase III, duplo-cego, randomizado, placebo-controlado, foi realizado em 123 centros médicos em 16 países. As pacientes elegíveis tinham 18 anos ou mais, performance status ECOG 0-1 no baseline, câncer de ovário seroso ou endometrioide de alto grau confirmado histologicamente, recidivado, incluindo câncer peritoneal ou de trompa de Falópio primário, e deveriam ter recebido dois ou mais regimes anteriores contendo platina.

As pacientes foram randomizadas (2: 1) para receber olaparibe 300 mg/dia ou placebo combinados usando um sistema interativo de web ou resposta de voz. A estratificação foi por resposta à quimioterapia anterior e duração do intervalo sem platina. A atribuição de tratamento foi mascarada para pacientes, provedores de tratamento e avaliadores de dados.

A sobrevida global foi um desfecho secundário chave e foi analisada em todos os pacientes conforme randomizados. A segurança foi avaliada em todos os pacientes que receberam pelo menos uma dose de tratamento.

Resultados

Foram inscritas 295 pacientes entre 3 de setembro de 2013 e 21 de novembro de 2014, randomizadas para receber olaparibe (n = 196 [66%]) ou placebo (n = 99 [34%]). A mediana de acompanhamento foi de 65,7 meses (IQR 63,6–69,3) com olaparibe e 64,5 meses (63,4–68,7) com placebo.

A mediana de sobrevida global foi de 51,7 meses (95% CI 41,5–59,1) com olaparibe e 38,8 meses (31,4–48,6) com placebo (hazard ratio 0,74 [95% CI 0· 54–1,00]; p = 0,054), não ajustado para 38% das pacientes no grupo de placebo que receberam terapia com inibidor de PARP subsequente.

O evento adverso de grau 3 ou superior relacionado ao tratamento mais comun foi anemia, que ocorreu em 41 (21%) de 195 pacientes no grupo de olaparibe e dois (2%) de 99 pacientes no grupo de placebo. Eventos adversos graves relacionados ao tratamento foram relatados em 50 (26%) pacientes que receberam olaparibe e em oito (8%) pacientes que receberam placebo. Eventos adversos com desfecho fatal ocorreram em oito (4%) pacientes que receberam olaparibe, seis dos quais foram considerados relacionados ao tratamento (atribuídos à síndrome mielodisplásica [n = 3] e leucemia mieloide aguda [n = 3]).

“Olaparibe proporcionou uma mediana de benefício de sobrevida global de 12,9 meses em comparação com o placebo em pacientes com câncer de ovário BRCAm recidivado sensível à platina. Embora a significância estatística não tenha sido alcançada, esses achados são indiscutivelmente clinicamente significativos e apoiam o uso do inibidor de PARP como terapia de manutenção nessas pacientes”, concluíram os autores.

O estudo foi financiado pela AstraZeneca e Merck, e está registrado em ClinicalTrials.gov, NCT01874353.

Referência: Olaparib tablets as maintenance therapy in patients with platinum-sensitive relapsed ovarian cancer and a BRCA1/2 mutation (SOLO2/ENGOT-Ov21): a final analysis of a double-blind, randomised, placebo-controlled, phase 3 trial, The Lancet Oncology, 2021, ISSN 1470-2045, https://doi.org/10.1016/S1470-2045(21)00073-5.


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