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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

Diagnóstico e tratamento da insuficiência renal relacionada ao mieloma

Maiolino_1_NET_OK_2.jpgEm artigo publicado na edição online de 14 de março do Journal of Clinical Oncology (JCO), o International Myeloma Working Group (IMWG) estabelece recomendações práticas para o diagnóstico e tratamento da insuficiência renal relacionada com o mieloma múltiplo. Angelo Maiolino (foto), chefe do Serviço de Hematologia e Transplante de Medula Óssea da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), comenta o artigo para o Onconews.

“O quadro de insuficiência renal é muito frequente no mieloma, sendo um dos principais fatores de morbidade. Cerca de 20% dos pacientes têm algum grau de comprometimento no momento do diagnóstico e durante o curso da doença esse número pode chegar a 50%. No Brasil a questão é ainda mais relevante, porque os pacientes são diagnosticados com doença muito avançada”, afirma Maiolino.
 
As recomendações são baseadas em uma extensa revisão da literatura disponívelaté dezembro de 2015. Entre as recomendações de grau A no diagnóstico e avaliação da doença estão medições de creatinina sérica, taxa de filtração glomerular estimada e eletrólitos, bem como cadeias leves livres e eletroforese de urina. A equação do Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration ou a fórmula Modification of Diet in Renal Diseasetambém devem ser utilizadas para a avaliação da taxa de filtração glomerular em pacientes com creatinina sérica estabilizada (grau A).
 
Entre as recomendações grau B estão a utilização dos critérios do IMWG para a reversibilidade renal, o uso de membranas de hemodiálise de alto fluxo e alta ingestão de líquidos, indicados em combinação com a terapia anti-mieloma.
 
“Existem situações em que a insuficiência renal pode ser completamente reversível, como na hipercalcemia, por exemplo, onde é preciso trata-la imediatamente para tentar reverter o quadro”, esclarece Maiolino. 

Regimes terapêuticos 

Regimes baseados em bortezomibe permanecem como o padrão da gestão da insuficiência renal nomielomamúltiplo (grau A). Altas doses de dexametasona devem ser administradas pelo menos no primeiro mês de tratamento (grau B). “O medicamento fundamental é o bortezomibe associado àdexametasona, eventualmente associado à ciclofosfamida”, explica.
 
A talidomida é eficaz em pacientes com mieloma com insuficiência renal, e não são necessárias modificações de dose (grau B).Ainda não aprovada no Brasil, a lenalidomidaé eficaz e segura, principalmente em pacientes com IR leve a moderada (grau B). Para pacientes com IRsevera ou em diálise, o medicamento deve ser administrado com acompanhamento para a toxicidade hematológica (grau B), com redução da dose conforme necessário.
 
O carfilzomibe pode ser administrado em pacientes com depuração da creatinina > 15 ml/min, enquanto ixazomibe em combinação com lenalidomida e dexametasonaé seguro para pacientes com depuração da creatinina> 30 ml/min (grau A). 

Transplante autólogo 

A terapia de altas doses com transplante de células-tronco autólogas é viável em pacientes com IR (grau C).“O transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas pode ser realizado no paciente com insuficiência renal, mas é preciso reduzir a dose habitualde melfalano, de 200 mg/m2, para cerca de100 mg/m2 até no máximo 140 mg/m2, por conta da toxicidade”, explica o especialista.
 
“A mensagem principal é reconhecer a insuficiência renal o mais cedo possível, tratar intensamente esses pacientes com a combinação de bortezomibe mais dexametasona e tentar tirar todas as causas subjacentes, como por exemplo a hipercalcemia”, conclui.
 
Referência: International Myeloma Working Group Recommendations for the Diagnosis and Management of Myeloma-Related Renal Impairment 

 
 
 
 
 
 
 


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