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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

Sigmoidoscopia flexível no rastreio do câncer colorretal

imagem_de_destaque_Colorretal_NET_OK.jpgUma revisão sistemática publicada com a colaboração da Cochrane no British Journal of Medicine (BMJ) avaliou a sigmoidoscopia flexível e mostrou que o método de rastreio leva 9,4 anos para observar a redução do risco absoluto de 0,001, o que significa prevenir uma morte por câncer colorretal a cada 1000 exames realizados.

A conclusão do estudo sugere que a triagem por sigmoidoscopia flexível é mais apropriada para adultos mais velhos, com expectativa de vida superior a 10 anos.

Quatro estudos foram elegíveis para a meta-análise (total n = 459 814), com critérios semelhantes na seleção da idade dos pacientes (50-74 anos), tempo de seguimento (11,2 a 11,9 anos), e no risco relativo de mortalidade relacionada ao câncer colorretal (0,69-0,78).

O estudo de revisão sistemática mostra que para cada 1000 pessoas rastreadas, a sigmoidoscopia flexível foi capaz de evitar 0,3 e 1,2 mortes por câncer colorretal em cinco e 10 anos, respectivamente.

O tempo para observar a redução do risco absoluto de 0,0002 foi de 4,3 anos, o equivalente a uma morte relacionada ao câncer colorretal evitada a cada 5.000 exames,  com intervalo de confiança de 95% ( 2,8-5,8). Demorou 9,4 anos (7,6-11,3) para observar a redução do risco absoluto de 0,001, o que significa uma morte por câncer colorretal evitada a cada mil exames de sigmoidoscopia flexível.

Segundo Renata D`Alpino Peixoto, oncologista do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes, a meta-análise publicada no BMJ confirma que a sigmoidoscopia flexível é capaz de reduzir a mortalidade por câncer colorretal, ainda que apenas modestamente, quando analisada em longo prazo. “No entanto, em termos populacionais, é necessário realizar milhares de exames para que apenas um paciente seja "salvo" e riscos inerentes ao procedimento não são desprezíveis. Além disso, caso o paciente apresente um tumor no cólon direito, a sigmoidoscopia não é capaz de alcançar a lesão; neste caso, apenas uma colonoscopia poderia visualizar todo o cólon”, diz.
 
Renata acrescenta que se você é o paciente "salvo" por um exame preventivo, valeu a pena todo o custo e risco corrido. Se você é o paciente que apresentou uma complicação séria relacionada ao procedimento invasivo, tudo foi em vão. “Portanto, uma discussão com cada paciente é fundamental antes de indicar a sigmoidoscopia’, afirma a especialista.

O câncer colorretal é o terceiro câncer mais comum no mundo e persiste com altas taxas de mortalidade. Com estimativas de mais de 32 mil casos no Brasil em 2015, o câncer colorretal é um dos mais incidentes do país.
 
Referência: Time to benefit for colorectal cancer screening: survival meta-analysis of flexible sigmoidoscopy trials - BMJ 2015; 350 doi: http://dx.doi.org/10.1136/bmj.h1662 (Published 16 April 2015)


 
 
 
 
 


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