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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

ASCO GU 2023

Estudo brasileiro apresenta dados de pacientes com carcinoma adrenocortical

rafael abduchAnálise retrospectiva realizada por pesquisadores do A.C.Camargo Cancer Center reuniu dados clínicos, patológicos, epidemiológicos, de tratamento e sobrevida de 66 pacientes com carcinoma adrenocortical tratados na instituição. Os resultados foram selecionados para apresentação em pôster no ASCO GU 2023. O residente em oncologia Rafael Abduch (foto) é o primeiro autor do estudo; as oncologistas Milena Tariki e Nirvana Formiga são as orientadoras do trabalho.

“O carcinoma adrenocortical (ACC) é uma doença rara (1,02 por milhão de habitantes) com prognóstico desfavorável. No Brasil, a incidência é cerca de 15 vezes maior do que no resto do mundo, principalmente devido à prevalência significativa da mutação germinativa TP53-R337H nessa população”, esclarecem os autores.

Resultados

Entre 2004 e 2021, 66 pacientes foram diagnosticados com carcinoma adrenocortical. A mediana de idade foi de 45 anos e 56% eram do sexo feminino. 23 (35%) pacientes tinham pelo menos um parente de primeiro grau com história de câncer e 8 (12%) tinham um segundo tumor primário. Dez pacientes foram testados para a Síndrome de Li-Fraumeni e 30% foram positivos (mutação germinativa TP53-R337H). Dois deles tinham parentes de primeiro grau com câncer.

Na coorte do estudo, 22 (33%) pacientes eram estágio IV, 14 (21%) estágio III, 19 (29%) estágio II, 6 (9%) estágio I e 5 (7%) estágio desconhecido. 36% dos tumores foram considerados funcionais (cortisol e/ou andrógenos).

Aos 50 meses, a sobrevida global estimada foi de 25,9% no grupo metastático e 83% no grupo com doença localizada (p<0,0001). Entre os pacientes com doença localizada, 13 (29%) receberam mitotano adjuvante e 31 (70%) foram acompanhados sem mitotano. A taxa de sobrevida livre de doença (SLD) aos 12 meses foi de 50,8% no grupo com mitotano versus 67,8% no grupo sem mitotano (p = 0,83).

O índice Ki67 foi realizado em 20 pacientes. A taxa de SLD em 12 meses foi de 58,2% no grupo de alto índice Ki67 (>10%) versus 75% no grupo de baixo índice Ki67 (≤10%) (p = 0,47). No cenário metastático, 31 (47%) pacientes foram submetidos a tratamento sistêmico e a quimioterapia de primeira linha mais comum (71%) foi EDP (etoposido-doxorrubicina-cisplatina) mais mitotano, com uma taxa de resposta objetiva de 27%; 56% deles tiveram progressão da doença como a melhor resposta ao tratamento. 14 pacientes receberam tratamento de segunda linha e 7 receberam tratamento de terceira linha. Gemcitabina-capecitabina, quimioterapia à base de cisplatina e pembrolizumabe foram os esquemas mais comumente usados em linhas avançadas.

"Ao avaliarmos apenas os 25 pacientes definidos como de alto risco, o uso de mitotano adjuvante mostrou benefício na redução de recidiva ou metástase. A SLD em 36 meses nos pacientes de alto risco que fizeram uso de mitotano foi de 63,5% contra 25,7% para os pacientes de alto risco sem uso de mitotano adjuvante (log-rank test p = 0,046). A mediana de seguimento desses pacientes foi de 44 meses. Esse estudo é o primeiro a mostrar o benefício de mitotano adjuvante em uma coorte fora dos Estados Unidos ou Europa", concluíram os autores.

Referência: Adrenocortical carcinoma: Report of data from 66 patients with a rare disease at a cancer center.
First Author: Rafael Haikal dos Santos Abduch, MD
Meeting: 2023 ASCO GU Cancers Symposium
Session Type: Poster Session
Session Title: Poster Session C: Renal Cell Cancer; Adrenal, Penile, Urethral and Testicular Cancers
Track: Adrenal Cancer
Subtrack: Quality of Care/Quality Improvement and Real-World Evidence
Abstract #: 1


 
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