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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

ASCO 2023

Luspatercepte mostra resultados na síndrome mielodisplásica

sangue ash22O ensaio clínico global de Fase III COMMANDS avaliou luspatercepte versus epoetina-alfa em pacientes com síndrome mielodisplásica (SMD) de baixo risco. Resultados da análise interina pré-planejada estão no programa científico do ASCO 2023, indicando que luspatercepte cumpriu o principal endpoint, proporcionando independência transfusional com aumento simultâneo da hemoglobina, além de reduzir o risco de anemia.

Neste estudo aberto e randomizado de fase III (COMMANDS) foram incluídos 354 participantes adultos (≥ 18 anos) de mais de 20 países. Os participantes tinham idade mediana de 74 anos, sendo a maioria branca (80%) e homens (56%). Todos os participantes tinham SMD de baixo risco, conforme classificado pelo Sistema Internacional de Pontuação Prognóstica (IPSS-R) revisado.

Foram elegíveis participantes sem tratamento anterior com agentes de estimulação de erytropoesis (ESA, do inglês Erythropoiesis-stimulating agents). Os participantes foram randomizados para receber luspatercept (N= 178) por injeção uma vez a cada 3 semanas por pelo menos 24 semanas, ou epoetina alfa (N=176), um ESA administrado por injeção uma vez por semana por pelo menos 24 semanas.

Após tratamento com duração mediana de 41,6 semanas para luspatercepte e de 27 semanas para epoetina alfa, 301 participantes foram incluídos na análise interina planejada, representando achados de aproximadamente 80% dos participantes do estudo. O endpoint primário deste estudo foi a independência transfusional por ≥12 semanas, com aumento simultâneo da hemoglobina média ≥1,5 g/dL nas primeiras 24 semanas de tratamento. No momento desta análise, 58,5% dos pacientes que receberam luspatercept atingiram o endpoint primário, em comparação com 31,2% daqueles que receberam epoetina alfa.

Os endpoints secundários incluíram melhora hematológica-resposta eritróide (HI-E) ≥8 semanas e independência transfusional em 24 semanas e ≥12 semanas. “A resposta HI-E é um indicador de quanta hemoglobina está aumentada no sangue. Melhores respostas HI-E sugerem que o indivíduo pode estar desenvolvendo menos dependência de transfusões ou requer menos transfusões”, explicam os pesquisadores. Nestes parâmetros, luspatercept foi mais eficaz do que a epoetina alfa: 74,1% vs. 51,3% para resposta HI-E, respectivamente; 47,6% vs. 29,2% para independência transfusional em 24 semanas; e 66,7% vs. 46,1% para independência transfusional ≥12 semanas.

“Neste estudo, participantes que receberam luspatercept tiveram probabilidade significativamente maior de se livrar de transfusões de glóbulos vermelhos do que aquelas que receberam epoetina alfa. Isso é importante, pois os ESAs têm sido o tratamento de primeira linha para pacientes com SMD de baixo risco há décadas”, disse o principal autor, Guillermo Garcia-Manero, professor do Departamento de Leucemia e chefe da Seção de Síndromes Mielodisplásicas do MD Anderson Cancer Center em Houston, Texas. “Luspatercept tem o potencial de alterar esse cenário de tratamento, de modo que os pacientes possam receber luspatercept primeiro em vez de ESAs”, argumentam os autores, o que implicaria em menos visitas à clínica e transfusões de sangue com menos frequência. “Os pacientes se beneficiarão de uma melhor qualidade de vida e melhores resultados”, analisam.

Os eventos adversos emergentes do tratamento foram ligeiramente mais comuns entre pacientes que receberam luspatercepte (164 pacientes, 92,1%) do que entre aqueles que receberam epoetina alfa (150 pacientes, 85,2%). Eventos que levaram a interrupções no tratamento foram maiores no grupo luspatercepte (4,5%) em relação ao grupo tratado com epoetina alfa (2,3%). Mais participantes recebendo luspatercept relataram eventos adversos relacionados ao tratamento do que aqueles recebendo epoetina alfa (30,3% vs. 17,6%, respectivamente). Os eventos adversos mais comuns suspeitos de estarem relacionados a luspatercept foram náuseas (5,1%), fadiga (3,9%), falta de ar (dispneia, 3,4%) e pressão alta (hipertensão, 3,4%). Houve 4 (2,2%) participantes recebendo luspatercepte e 5 (2,8%) participantes recebendo epoetina alfa cuja doença progrediu para leucemia mieloide aguda (LMA). As taxas de mortalidade globais foram comparáveis entre ambos os grupos de tratamento (18% luspatercept versus 18,2% epoetina alfa).

Em 2020, luspatercept recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA para o tratamento de anemia entre pacientes com síndrome mielodisplásica (SMD) de baixo risco em pacientes inelegíveis ou que deixaram de responder ao tratamento com ESAs.

Luspatercept (Reblozyl®) é um agente de maturação eritróide que ajuda a medula óssea a transformar células eritróides (que são glóbulos vermelhos imaturos) em glóbulos vermelhos maduros e funcionais.

Este estudo foi financiado pela Bristol Myers Squibb.

Referência: Efficacy and safety results from the COMMANDS trial: A phase 3 study evaluating luspatercept vs epoetin alfa in erythropoiesis-stimulating agent (ESA) naive transfusion-dependent (TD) patients (pts) with lower risk myelodysplastic syndromes (LR-MDS).
First Author: Guillermo Garcia-Manero, MD
Meeting: 2023 ASCO Annual Meeting
Session Type: Oral Abstract Session
Session Title: Hematologic Malignancies—Leukemia, Myelodysplastic Syndromes, and Allotransplant
Track: Hematologic Malignancies—Leukemia, Myelodysplastic Syndromes, and Allotransplant
Subtrack: Myelodysplastic Syndromes (MDS)

Abstract #: 7003
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