24112024Dom
AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

ESMO 2021

Papel prognóstico da carcinomatose meníngea no câncer de mama

AURO DEL GIGLIO NET OKAuro del Giglio (foto), professor titular de hematologia e oncologia da Faculdade de Medicina do ABC é coautor de estudo selecionado no ESMO Congress 2021, com resultados que se propõem a amparar o tratamento da carcinomatose meníngea no câncer de mama avançado.

O câncer de mama é uma causa comum de carcinomatose meníngea (CM) e diante da falta de estudos clínicos prospectivos randomizados relacionados à terapia o tratamento é escolhido pela opinião de especialistas. Nesta análise, os pesquisadores apresentam resultados de uma coorte de pacientes com CM tratadas de 2013 a 2020.

“Avaliamos as características clínicas das pacientes com câncer de mama metastático, incluindo métodos de diagnóstico, tratamento e resultados de sobrevida”, descrevem. 

Resultados

Um total de 109 mulheres com idade média de 55,5 anos (26-79) foram incluídas na análise. Das participantes, 38,5% apresentavam bom status de desempenho (ECOG 0-1), enquanto 61,5% apresentavam ECOG 2-4. As características histopatológicas revelam que 80,73% dos casos eram de carcinoma ductal; 54,13% de grau histológico 2 e 69,72% de receptor de estrogênio + / HER2-.

No momento do diagnóstico de carcinomatose de meninge, 92,66% tinham evidência de doença à distância, 78,90% óssea, 58,72% visceral e 31,19% de metástases cerebrais. Células neoplásicas no líquido cefalorraquidiano estavam presentes em 60,55% dos casos. Os exames radiológicos mostraram realce de contraste leptomeníngeo em 64,22%. A revisão mostra que o tratamento de radioterapia (RT) foi empregado em 36,7% das pacientes com CM, 44,95% receberam quimioterapia intratecal (intra TC) e 24,77% receberam tratamento sistêmico (TS), como quimioterapia ou hormonioterapia. Os melhores cuidados de suporte foram dedicados a 13,76% da população avaliada.

A sobrevida global (SG) foi de 2,1 meses (mín. 0,06 e máx. 33,2 meses) e a sobrevida livre de progressão neurológica foi de 1,73 meses (mín. 0,03 e máx. 33,03 meses).

A SG relacionada à terapia instituída usando análise de regressão COX (sim versus nenhum tratamento) foi de 9,3 vs 1,9 meses no grupo de TS; 1,8 vs 2,4 meses no grupo intra-TC; 3,0 vs 1,0 mês no grupo RT.

A análise comparativa de sobrevida foi realizada por curvas de Kaplan-Meier. A sobrevida mediana no grupo ST foi de 2,53 meses, combinação de ST mais intra-TC foi de 1,44 meses e no grupo tratado com melhores cuidados de suporte foi de 0,96 meses.

A resposta clínica, definida como melhora neurológica e nenhum novo sintoma, foi avaliada pelo teste de Fischer. O grupo que correspondeu à resposta clínica foi o tratado com RT (p <0,05). Fatores de pior prognóstico analisado por regressão de Cox univariada foram ECOG 2-4, presença de metástase hepática e diminuição do nível de consciência (p <0,10).

“A quimioterapia intratecal não melhorou os sintomas e a sobrevida global. Os principais fatores prognósticos observados foram status de desempenho, metástase hepática e diminuição do nível de consciência”, concluem os autores.

O estudo tem participação dos oncologistas Renata Tortato Meneguetti, primeira autora, e de Felipe josé Silva Melo Cruz, autor sênior.

Referências: 320P -Prognostic role of meningeal carcinomatosis in breast cancer - R.T. Meneguetti , A. Del Giglio , F.J.S.M. Cruz

Publicidade
ABBVIE
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
banner_assine_300x75.jpg
Publicidade
300x250 ad onconews200519