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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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ELCC 2021

Mutações STK11 e/ou KEAP1, inibidores de checkpoint e resultados no CPCNP

alberto codima bxAlberto Codima (foto), médico da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), é primeiro autor de revisão sistemática que investigou a relação entre mutações somáticas nos genes STK11 e KEAP1 e o prognóstico de pacientes com câncer de pulmão de células não-pequenas (CPCNP) tratados com anticorpos monoclonals anti-PD(L)1. O estudo foi selecionado para apresentação em pôster no European Lung Cancer Virtual Congress 2021. Gilberto de Castro Jr., professor da FMUSPP e chefe da divisão de oncologia torácica do ICESP e do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, é o autor sênior do trabalho.

Os inibidores de checkpoint imune (ICIs) são uma estratégia importante no tratamento de CPCNP, mas mutações somáticas envolvendo os genes STK11 e KEAP1 podem desencadear resistência aos agentes anti-PD(L)1.

Nesse estudo, os bancos de dados PubMed, Web of Science e EMBASE foram sistematicamente pesquisados para I) coortes com as mutações nos genes STK11 e/ou KEAP-1 e II) análises de subgrupos de ensaios clínicos randomizados (RCTs) comparando os resultados desses pacientes com portadores dos alelos selvagens. Resumos apresentados nos últimos quatro anos nos principais congressos internacionais de oncologia clínica também foram pesquisados, individualmente. Os desfechos de interesse para análise foram sobrevida global (SG), sobrevida livre de progressão (SLP) e taxa de resposta (RR).

Resultados

De um total de 3.525 registros identificados, quatro RCTs e cinco estudos de coorte foram incluídos. Todos as publicações, exceto uma, sugerem que as mutações em STK11 e KEAP1 prejudicam a resposta aos agentes anti-PD (L) 1.

Sete estudos forneceram dados relacionados à sobrevida global em pacientes com mutações em STK11, indicando que a SG é menor nesses pacientes em comparação com portadores de STK11 selvagem (mediana de 8,55 meses [4,4-18] vs 15,6 meses [11,3-26,5]). Seis estudos forneceram dados relacionados à taxa de resposta, que também foi menor em pacientes mutados (0-31% vs 16-49%), e quatro estudos forneceram a mediana de sobrevida livre de progressão para ambos os grupos, que também foi menor em pacientes mutados (mediana de 3,4 meses [1,7–6] vs 8 meses [2,7–19,3]).

Em relação ao gene KEAP-1, a comparação de sobrevida global entre os grupos mutados e não-mutados foi avaliada em três estudos, que também mostraram pior prognóstico relacionado a essa mutação (9,2 meses [6-17] vs 15,75 meses [11,6-24]). Quatro estudos forneceram dados comparando a taxa de resposta ao tratamento, e demonstrarando pior resposta associada à mutação (16,7-36% vs 23,9-48%). Os dados de sobrevida livre de progressão para ambos os grupos vieram de dois estudos que demonstraram SLP de 5 e 6 meses para os pacientes mutados e de 6 e 10 meses para os pacientes KEAP-1 selvagem.

“Nossos resultados reforçam a hipótese de que mutações nos genes STK11 e/ou KEAP1 provocam resistência a inibidores de checkpoint imunológico em pacientes com câncer de pulmão de células não-pequenas. Uma meta-análise é necessária para a avaliação quantitativa completa desse efeito para, possivelmente, no futuro, verificarmos a presença dessas mutações nos pacientes e, assim, definirmos o melhor tratamento pra eles”, concluíram os autores.

Referência: 122P - STK11 and/or KEAP1 mutations and outcomes in non-small cell lung cancer patients treated with immune checkpoint inhibitors: a systematic literature review. - A. Codima; G. Monteiro; I. Costa; D. Kashiura; L. Torres; G. Julian; G. Harada; G. Junior

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