Análise que atualizou os dados de segurança do ensaio de Fase III (PEACE III) avaliando a combinação de enzalutamida (ENZA) mais Ra223 versus ENZA isoladamente foi apresentada no ASCO 2021, com dados que reforçam a importância de agentes de proteção óssea (BPA, da sigla em inglês).
“Fraturas esqueléticas, patológicas ou não, são eventos adversos frequentemente subestimados no tratamento sistêmico do câncer de próstata avançado. Não está claro se o uso obrigatório de BPA (ácido zoledrônico ou denosumabe) mitigaria o risco de fraturas nesta população de pacientes. Uma análise de segurança inicial (Tombal, ASCO, 2019) sugeriu que o risco de fraturas foi bem controlado em ambos os braços quando os pacientes receberam BPA. Apresentamos aqui uma análise atualizada”, justificam os autores.
Em novembro de 2017 foi definida a obrigatoriedade de proteção óssea, depois que ensaio de Fase III mostrou elevada taxa de fratura patológica na combinação de ADT + Ra223.
Nesta análise, um total de 253 pacientes (134 após tornar o BPA obrigatório) foram randomizados entre enzalutamida / Ra223 e enzalutamida isolada, em 28/01/2021. A taxa de fratura foi estimada com o método de incidência cumulativa na população de segurança de 237 pacientes livres de fratura (122 depois de tornar o BPA obrigatório).
Resultados
Os autores reportam que 69,5% dos pacientes com enzalutamida / Ra223 (95,2% após tornar o BPA obrigatório) e 73,1% dos pacientes com enzalutamida isolada (95% após BPA obrigatório) receberam BPA durante o protocolo: 13,6% no braço de enzalutamida / Ra223 e 21,8% no braço de enzalutamida; 55,9% e 51,3%, respectivamente, receberam BPA desde a inscrição.
Em 36,7 meses de acompanhamento médio em pacientes sem BPA e 23,1 meses de acompanhamento médio em pacientes que receberam BPA, um total de 39 pacientes tiveram fratura. Entre eles, 30 pacientes (20 no braço enzalutamida / Ra223) não receberam BPA e 9 (4 no braço enzalutamida / Ra223) receberam BPA (ver tabela).
“A análise de segurança atualizada confirma os resultados iniciais da taxa de fratura. Na ausência de BPA, o risco de fratura aumenta quando RA223 é adicionado à enzalutamida”, destacam os autores. Surpreendentemente, em ambos os braços, o risco foi quase abolido com a administração contínua de BPA preventivamente, enfatizando a importância do cumprimento das recomendações internacionais em termos de administração de BPA a pacientes com mCRPC”, concluem os autores.
Este estudo é patrocinado pela EORTC.
Informações do ensaio clínico: NCT02194842.
Received BPA |
No BPA |
|||
Enza+Ra223 |
Enza |
Enza+Ra223 |
Enza |
|
(N=82) |
(N=87) |
(N=36) |
(N=32) |
|
At 1 year |
2.8 (0.5-8.8) |
3.9 (1.0-10.1) |
37.1 (21.3-53.0) |
15.8 (5.6-30.7) |
At 1.5 years |
2.8 (0.5-8.8) |
3.9 (1.0-10.1) |
45.9 (28.6-61.6) |
22.3 (9.6-38.2) |
Referência: Abstract 5002 - Decreased fracture rate by mandating bone protecting agents in the EORTC 1333/PEACEIII trial combining Ra223 with enzalutamide versus enzalutamide alone: An updated safety analysis - Silke Gillessen et al.
Session: Genitourinary Cancer—Prostate, Testicular, and Penile