A adição de nivolumabe à quimioterapia como tratamento neoadjuvante para pacientes com câncer de pulmão não pequenas células ressecável (CPNPC) mostrou benefício significativo e aumentou a taxa de resposta completa para 24%, em comparação com 2,2% no braço de quimioterapia isolada, sem aumento de toxicidade. Os resultados são do ensaio de fase III (CheckMate-816), apresentados na AACR 2021.
“Pela primeira vez em um estudo de fase III, vemos o potencial de uma imunoterapia anti-PD-1 nos resultados no CPNPC em estágio inicial”, destacou Patrick Forde, do Sidney Kimmel Comprehensive Cancer Center e do Kimmel Institute for Cancer Imunotherapy da Universidade Johns Hopkins.
Dados de vários estudos retrospectivos mostram tendência de pCR com quimioterapia neoadjuvante. Neste ensaio foram inscritos adultos com CPNPC ressecável estágio 1b-3a e sem alterações ativadoras conhecidas nos genes EGFR ou ALK. Os pacientes elegíveis foram randomizados para receber nivolumabe mais doublet de quimioterapia baseada em platina (N=179 pacientes) ou quimioterapia isolada (N=179 pacientes), seguida de cirurgia. A resposta patológica completa, principal endpoint primário, foi definida como nenhum tumor residual após a cirurgia.
Nesta análise, o ensaio atingiu o endpoint primário, demonstrando que a combinação de nivolumabe mais quimioterapia aumentou a taxa de pCR em relação à quimioterapia isolada (24% vs 2,2%). O benefício foi consistente em todos os subgrupos. A combinação também aumentou significativamente a taxa de resposta patológica (definida como 10% ou menos de tumor no pulmão e nódulos linfáticos) com 36,9% vs 8,9%. Na avaliação por imagem pré-cirurgia, a taxa de resposta objetiva também favoreceu a combinação versus quimioterapia isolada, com 54% vs 37%, mostrando papel no cenário neoadjuvante.
Referência: Presentation Number: CT003 - Nivolumab (NIVO) + platinum-doublet chemotherapy (chemo) vs chemo as neoadjuvant treatment (tx) for resectable (IB-IIIA) non-small cell lung cancer (NSCLC) in the phase 3 CheckMate 816 trial