04122024Qua
AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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2021

Impacto da atividade física na aptidão e composição corporal após o tratamento de câncer de mama

exercicio alimentacao bxÉdipo Giovani França Lara, pesquisador em Fisiologia do Exercício da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), é primeiro autor de estudo que buscou avaliar o impacto da prática de exercícios físicos na aptidão física e composição corporal de pacientes que finalizaram o tratamento curativo para o câncer de mama, bem como mensurar o impacto da prática de atividade física em mulheres com transtorno da compulsão alimentar periódica. O trabalho foi selecionado para o Brazilian Breast Cancer Symposium (BBCS 2021).

Muito se tem discutido sobre os benefícios da prática de exercícios físicos em mulheres que encerraram o tratamento para o câncer de mama, incluindo não apenas a melhora de sua qualidade de vida, mas também uma notável diminuição do risco de recorrência. Para alcançar esses benefícios, é importante que os parâmetros de prescrição e monitoramento da atividade física para essa população sejam bem definidos, bem como a avaliação dos fatores que podem interferir nos resultados e na adesão aos exercícios físicos.

O estudo prospectivo foi realizado com 107 mulheres entre 18 e 60 anos logo após o término do tratamento curativo para câncer de mama (cirurgia e/ou quimioterapia e/ou radioterapia).

As participantes foram incentivadas a realizar exercícios aeróbicos, exercícios de força / resistência muscular localizada e flexibilidade. A intervenção consistiu em séries de exercícios físicos prescritos por um educador físico a todas as participantes, em intensidades e volumes progressivos ao longo dos meses, conforme

suas respostas adaptativas, considerando as capacidades e limitações individuais. Todas os participantes foram avaliados no início do estudo quanto às morbidades cardiovasculares e orientadas sobre como realizar os exercícios em casa.

Avaliações incluindo composição corporal, VO2max e resistência muscular localizada foram realizadas na pré-intervenção (baseline), após 6 meses e após 9 meses de intervenção.

Resultados

78 (72,8%) mulheres aderiram ao programa de treinamento e 29 (27,2%) optaram por não aderir. Após os 9 meses de intervenção regular e individualizada, as mulheres que aderiram ao programa apresentaram resultados significativamente melhores em todas as variáveis ​​de composição corporal e aptidão física: massa corporal (-4,38 ± 3,67 kg; p <0,0001), IMC (-1,62 ± 1,53 kg/m2; p <0,0001), porcentagem de gordura (-3,41 ± 3,17%; p <0,0001); enquanto entre as mulheres não aderentes, os parâmetros não mudaram muito ou pioraram: massa total (+2,83 ± 3,21 kg; p = 0,8277), IMC (+ 1,16 ± 1,24 kg / m2; p = 0,8897), porcentagem de gordura (+ 1,77 ± 2,73%; p = 0,05).

Mulheres com transtorno da compulsão alimentar periódica, que apresentaram os piores parâmetros no baseline (pré-intervenção), foram as que obtiveram resultados mais destacados na redução da massa corporal, IMC e percentual de gordura (p <0,05).

Este impacto favorável do exercício se estendeu a todas as faixas etárias, e não se correlacionou com a atividade física anterior (p> 0,05), bem como não foi influenciado pelas características do câncer de mama (histologia, estágio, subtipos moleculares) ou tratamento (mastectomia, axilar cirurgia, quimioterapia ou radioterapia) (p> 0,05).

“Nosso estudo mostrou que programas individualizados de autotreinamento em séries de exercícios físicos, guiados remotamente por um profissional de educação física, podem melhorar a composição corporal e a aptidão física de mulheres em vigilância pós-câncer de mama, independente do histórico de câncer de mama ou tratamento, evidenciando que é possível reduzir os fatores de risco associados à recorrência da doença e contribuir para uma melhor qualidade de vida”, concluíram os autores.

Impact of physical activity on physical fitness and body Composition of women after breast cancer treatment

Édipo Giovani França Lara (1); Selene Elifio Esposito (1); José Claudio

Casali da Rocha (1,2).

(1) Pontifícia Universidade Católica, Curitiba - PR (PUCPR)

(2) AC Camargo Cancer Center, São Paulo - SP

 
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