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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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SAN ANTONIO 2020

SABCS: Hospital da USP mostra impacto da COVID no tratamento do câncer de mama

franklin pimentel bxFranklin Pimentel (foto), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, é primeiro autor de estudo que avaliou os fatores relacionados à eficácia e segurança da quimioterapia (neo)adjuvante no tratamento do câncer de mama, com estimativas do impacto provocado pela pandemia de COVID-19.

O benefício da quimioterapia (neo)adjuvante no câncer de mama é bem conhecido, sendo que eventuais interrupções ou suspensões do tratamento podem comprometer os resultados, assim como a intensidade de dose relativa (IDR) <85%. No entanto, pacientes podem estar recusando quimioterapia (QT) ou evitando a utilização de cuidados de emergência devido a preocupações com a infecção por COVID-19. “Nosso objetivo foi analisar o impacto da pandemia para pacientes que estavam recebendo quimioterapia (neo)adjuvante para o câncer de mama em um hospital universitário, para subsidiar estratégias de redução de danos”, expõem os autores.

Foram analisados ​​retrospectivamente prontuários de 307 pacientes com câncer de mama (CM) que iniciaram quimioterapia (neo)adjuvante no período de janeiro de 2018 a junho de 2020 no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP-USP), totalizando 2.074 ciclos. Dados clínicos, informações de tratamento e resultados foram coletados.

Como em Ribeirão Preto e região, as políticas de isolamento impostas pela COVID-19 foram iniciadas em 23 de março de 2020, a pesquisa comparou o período de pandemia (abril-junho de 2020), com o período anterior (jan/2018-mar/2020). Uma IDR <85% foi relacionado à pior eficácia da quimioterapia. Para avaliação de segurança foi considerada a demanda por atendimento médico em unidade de emergência. 

Resultados

Os autores descrevem que no período anterior à pandemia, em média 10% (± 4%) das pacientes que receberam QT mensalmente procuraram o pronto-socorro, enquanto apenas 3% (± 4%) buscaram o serviço durante a pandemia (p = 0,17). O número médio de QT (neo)adjuvante iniciado durante a pandemia tendeu a ser menor do que o registrado no período anterior (7,0 ± 2,0 vs. 10,6 ± 3,5; p = 0,06) e os ciclos médios prescritos mostraram redução de 14% (68 ± 5 vs. 79 ± 13; p = 0,02). No entanto, a frequência de tratamentos com RDI <85% durante a pandemia foi menor (6% vs. 23%; n = 275; p = 0,03).

“A pandemia de COVID-19 apresentou-se como um desafio para o tratamento de pacientes com CM, incluindo menor aceitação do tratamento (neo)adjuvante e redução da procura de pronto-socorro devido aos efeitos adversos da quimioterapia, o que pode comprometer os objetivos do tratamento. Em nossa instituição, 23% das pacientes tratadas com quimioterapia (neo)adjuvante não atingiram o IDR esperado ≥85% antes da pandemia, semelhante à literatura. Interessante que, durante a pandemia, somente 6% não atingiram o IDR esperado, o que poderia estar refletindo maior recusa da quimioterapia por pacientes com comorbidades ou que medidas de segurança adicionais foram tomadas pelas pacientes e equipe de saúde ”, reportam os autores, que recomendam monitorar o impacto das modificações do tratamento para minimizar resultados desfavoráveis..

Referência: PS13-30 - Evaluation of factors related to efficacy and safety of neo/adjuvant chemotherapy for breast cancer as a brief estimate of the impact of COVID-19 pandemic - Franklin F Pimentel et al.

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