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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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ESMO GI 2020

Relação neutrófilos/linfócitos e prognóstico no câncer de pâncreas

francine luiz bxSelecionado para apresentação em pôster no ESMO GI 2020, estudo realizado por pesquisadores da UNIFESP analisou a relação neutrófilos/linfócitos como preditor de mortalidade em pacientes com câncer de pâncreas localmente avançado ou metastático. “Também avaliamos o valor preditivo de outros fatores de risco epidemiológico como obesidade, tabagismo, uso de metformina e CA19-9”, esclarecem os autores. A oncologista Francine Luiz (foto) é a primeira autora do trabalho.

O prognóstico do câncer de pâncreas localmente avançado ou metastático é desafiador devido à sua rápida progressão e capacidade de metástase. Daí a necessidade de encontrar um biomarcador que possa avaliar e identificar pacientes com piores resultados e fornecer um meio de intervenção precoce. “Buscar um marcador simples que pudesse ajudar na identificação de um pior prognóstico foi um grande desafio. Nosso objetivo foi encontrar um marcador simples, factível em qualquer hospital e que tivesse realmente capacidade de mostrar sensibilidade para mudança de tratamento. A compreensão do papel da relação neutrófilos/linfócitos com piores resultados nesses pacientes permitiria uma intervenção mais precoce, minimizando os custos para os sistemas de saúde”, esclarece Francine, oncologista no Hospital Moriah, em São Paulo.

Métodos e resultados

Os pesquisadores realizaram uma análise exploratória retrospectiva de um banco de dados laboratorial de 60 pacientes com câncer de pâncreas localmente avançado ou metastático em tratamento na Divisão de Oncologia da UNIFESP entre 2009 e 2018.

Os dados epidemiológicos foram coletados em prontuários eletrônicos, incluindo sexo, idade, alcoolismo, tabagismo, diabetes mellitus, hipertensão e outras comorbidades. Foram analisados ​​dados do exame físico como peso, altura, data do diagnóstico, estágio, hemograma, CEA e CA-19-9, tratamento quimioterápico e sobrevida global. Os dados foram coletados a cada três meses, a partir do momento do diagnóstico até 9 meses.

A idade média dos 60 pacientes foi de 62,4 anos, com prevalência do sexo masculino (51,7%). Diabetes (41%) e tabagismo (34%) foram muito frequentes. A maioria dos pacientes apresentou adenocarcinoma (89,8%) localizado na cabeça do pâncreas (70,7%) com performance status 0 ou 1. Os estágios III e IV foram os mais prevalentes (72%) e 28 pacientes apresentaram metástase hepática.

O tratamento mais comum foi a gemcitabina (40%), seguida pelos melhores cuidados de suporte (25%). Os pacientes foram acompanhados por uma mediana de 7,2 meses (variação: 0,46-105,13 meses). Até o final do período do estudo, 10% estavam vivos.

A sobrevida global foi de 7,43 meses (IC 95% 4,53-10,320). A relação neutrófilo/linfócito foi preditora de pior prognóstico para todos os períodos estudados (0, 3, 6 e 9 meses) pela regressão de COX e CA19-9. Foi encontrado um cutoff de 1,238 pela curva ROC para a relação N/L em 3 meses (IC 95%: 0,631-0,904; p¼ 0,037), mostrando melhor sensibilidade (76,3%) e especificidade (66,7%).

Os resultados sugerem que a relação neutrófilo/linfócito pode ser um biomarcador eficaz e preditor de pior prognóstico no diagnóstico, e principalmente após 3 meses. “São fatores inflamatórios simples, acessíveis na grande maioria dos hospitais, e a relação entre eles se mostrou eficaz como um possível marcador, o que motiva mais pesquisas e estudos nesse sentido", conclui Francine.

Referência: Neutrophil and lymphocyte ratio as a prognostic biomarker in pancreatic cancer F. Agostinho Luiz, N. Forones UNIFESP, Sao Paulo, Brazil - https://doi.org/10.1016/j.annonc.2020.04.106

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