Estudo apresentado no ESMO 2020 demonstrou que a adição do anti-PD-L1 avelumabe aos melhores cuidados de suporte (BSC) como terapia de manutenção prolongou significativamente a sobrevida global em comparação com BSC isolado em pacientes com câncer urotelial cuja doença não progrediu à quimioterapia de primeira linha. Os resultados foram publicados simultaneamente no New England Journal of Medicine.
A quimioterapia à base de platina é o tratamento de primeira linha padrão para o carcinoma urotelial avançado. No entanto, a sobrevida livre de progressão e a sobrevida global são limitadas pela resistência à quimioterapia.
No estudo de Fase III, pacientes com câncer urotelial metastático ou localmente avançado irressecável que não tiveram progressão da doença com quimioterapia de primeira linha (quatro a seis ciclos de gemcitabina mais cisplatina ou carboplatina) foram randomizados para receber o melhor tratamento de suporte com ou sem avelumabe de manutenção. O endpoint primário foi a sobrevida global, avaliada entre todos os pacientes submetidos à randomização (população geral) e entre aqueles com tumores PD-L1-positivos. Os endpoints secundários incluíram sobrevida livre de progressão e segurança.
Resultados
Entre todos os 700 pacientes submetidos à randomização, a adição de avelumabe de manutenção ao melhor tratamento de suporte prolongou significativamente a sobrevida global em comparação com o BSC isolado (controle). A sobrevida global em 1 ano foi de 71,3% no grupo avelumabe e 58,4% no grupo controle (mediana de sobrevida global 21,4 meses vs. 14,3 meses; hazard ratio, 0,69; 95% CI, 0,56 a 0,86; P = 0,001).]
O anti-PD-L1 também prolongou significativamente a sobrevida global na população PD-L1-positiva; a sobrevida global em 1 ano foi de 79,1% no grupo avelumabe e 60,4% no grupo controle (hazard ratio 0,56; 95% CI, 0,40 a 0,79; P <0,001). Na população geral do estudo, a mediana de sobrevida livre de progressão foi de 3,7 meses no grupo de avelumabe e 2,0 meses no grupo controle (hazard ratio 0,62; 95% CI, 0,52 a 0,75) e 5,7 meses e 2,1 meses, respectivamente, na população PD-L1-positivo (hazard ratio 0,56; 95% CI, 0,43 a 0,73).
A incidência de eventos adversos de qualquer causa foi de 98% no grupo avelumabe e 77,7% no grupo controle; a incidência de eventos adversos de grau 3 ou superior foi de 47,4% e 25,2%, respectivamente.
“A adição de avelumabe de manutenção aos melhores cuidados de suporte prolongou significativamente a sobrevida global em comparação com o BSC isolado entre os pacientes com câncer urotelial que não progrediu à quimioterapia de primeira linha.
O estudo foi financiado pela Pfizer e Merck; JAVELIN Bladder 100 ClinicalTrials.gov número, NCT02603432.
Referência: Avelumab Maintenance Therapy for Advanced or Metastatic Urothelial Carcinoma - Thomas Powles, M.D.; Petros Grivas, M.D., Ph.D et al - September 18, 2020 - DOI: 10.1056/NEJMoa2002788