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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

ASTRO 2020

Radioterapia estereotática e redução da dor no tratamento de metástases da coluna

arjun sahgal okResultados do estudo canadense de Fase II/III (NCT02512965) demonstrou que o uso de radioterapia estereotática corporal (SBRT), com menos frações e doses mais altas de radioterapia de alta precisão, é uma abordagem mais eficaz para o tratamento da dor de metástases na coluna vertebral em comparação com a radioterapia convencional. Os dados foram apresentados por Arjun Sahgal (foto), professor e vice-coordenador de radio-oncologia no Sunnybrook Health Sciences Center, na Reunião Anual da American Society for Radiation Oncology (ASTRO 2020).

O estudo buscou comparar as taxas de resposta completa (CR) para a dor entre SBRT de alta dose e CRT de baixa dose convencional no tratamento da dor de metástases espinhais. "Este é o primeiro ensaio randomizado de fase III a demonstrar uma melhora com o escalonamento da dose para lesões dolorosas na coluna", disse Sahgal.

Dois terços dos pacientes com câncer apresentam metástases ósseas, mais comumente na coluna, causando dor, instabilidade óssea e sintomas neurológicos, como fraqueza, dificuldade de locomoção, problemas intestinais e da bexiga. Geralmente, a radioterapia é administrada para aliviar a dor das metástases espinhais, diminuindo os tumores e reduzindo as células inflamatórias, seja por meio de múltiplas frações de radioterapia convencional (CRT) de dose mais baixa, ou por meio de SBRT, que permite direcionar com precisão doses muito altas de radiação em menos frações. Nenhuma dose padrão de radioterapia foi estabelecida para o tratamento de dor em metástases espinhais.

Neste estudo, pacientes cujos tumores primários (principalmente na mama, trato urinário ou pulmão) tinham metástase para lesões dolorosas na coluna vertebral foram randomizados (1: 1) para 24Gy em 2 frações SBRT (n = 114) ou 20Gy em 5 frações CRT (n = 115). Os critérios de inclusão consistiam em metástases espinhais no local alvo (≤3 segmentos espinhais envolvidos consecutivos) decorrentes de um tumor primário sólido causando uma pontuação de dor ≥2 pelo Brief Pain Inventary (BPI), ECOG de 0-2 e não mecanicamente instável de acordo com o sistema de classificação Spinal Instability Neoplasia Score.

Os fatores de estratificação foram extensão extraóssea (sim/não) e radiorresistência vs. radiossensibilidade. O endpoint primário foi a taxa de resposta completa para dor na área de tratamento em 3 meses pós-radiação utilizando endpoints do Consenso Internacional de Resposta à Dor. Os desfechos secundários incluíram taxa de resposta completa à dor em 6 meses, sobrevida livre de progressão no local de radiação (RSS PFS: definido como o tempo desde a randomização até a progressão local ou morte) e qualidade de vida (QoL).

Resultados

A pior mediana de escore de dor no baseline foi 5 (variação, 2-10) e SINS foi 7 (variação, 3-12) em ambos os braços; o acompanhamento médio foi de 6,7 meses. Aos 3 meses, 16/115 (14%) no braço CRT vs. 40/114 (36%) no braço SBRT (p <0,001) alcançaram uma resposta completa para dor. A significância foi mantida em análises multivariadas (MVA, p <0,001) e a razão de risco (RR) foi de 1,33 (95% CI = 1,14-1,55) favorecendo SBRT.

Aos 6 meses, 18/115 (16%) no braço CRT vs. 37/114 pacientes (33%) no braço SBRT alcançaram resposta completa (p = 0,004), significância retida no MVA (p <0,001), e o RR foi 1,24 (95% CI 1,07 - 1,44) favorecendo SBRT. Não houve diferença entre os braços do estudo na sobrevida livre de progressão específica do local de radiação ou sobrevida global. Após três meses, 92% dos pacientes no braço SBRT e 86% daqueles no braço CRT estavam livres do câncer no local tratado (p = 0,4); as taxas em seis meses foram de 75% e 69% (p = 0,4).

No geral, ambos os braços tiveram baixas taxas de eventos adversos graves e não houve eventos fatais. Houve 20 (17%) vs. 12 (11%) fraturas por compressão vertebral pós-radiação, e 2 (2%) vs. nenhum (0%) paciente progrediu para compressão epidural maligna da medula espinhal, no braço CRT vs. SBRT, respectivamente. Eventos adversos de grau 2 ou superior foram observados em 12% e 11% nos braços CRT e SBRT, respectivamente, e nenhum evento de grau 5 foi observado.

“Os pacientes experimentaram a redução da dor sem aumentar o uso de medicamentos analgésicos. As análises multivariadas confirmaram que o tipo de radiação foi o fator independente que impulsionou a resposta à dor, e não características como a idade do paciente, performance status ou tipo de câncer primário”, explica Sahgal.

O especialista observa que um estudo apresentado no ASCO 2020 (RTOG 0631) não encontrou nenhuma diferença na redução da dor entre os pacientes tratados para metástases espinhais com SBRT e aqueles tratados com radiação convencional. No entanto, no trabalho apresentado no ASTRO 2020 os pacientes receberam uma dose mais alta de radiação (SBRT de 24Gy em duas frações), em comparação com a dose do ensaio anterior de 16/18Gy em uma única fração.

O estudo foi financiado pelo Canadian Cancer Trials Group.

Referência: LBA2 - CCTG SC.24/TROG 17.06: A Randomized Phase II/III Study Comparing 24Gy in 2 Stereotactic Body Radiotherapy (SBRT) Fractions versus 20Gy in 5 Conventional Palliative Radiotherapy (CRT) Fractions for Patients with Painful Spinal Metastases - A. Sahgal et al

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