A adição de durvalumabe (D) ao esquema de etoposídeo e cisplatina ou carboplatina (EP) com ou sem tremelimumab (T) confirmou benefícios como tratamento de primeira linha em pacientes com câncer de pulmão de pequenas células com doença extensa. É o que mostram resultados atualizados do estudo de Fase III CASPIAN, tema de sessão oral no ASCO 2020 (Abstract #:9002).
Foram inscritos pacientes com câncer de pulmão de pequenas células com doença extensa sem tratamento prévio e bom performance status (WHO PS 0/1), randomizados para receber 1) D 1500 mg + EP q3w, 2) D 1500 mg + T 75 mg + EP q3w ou 3) EP q3w.
Nos braços de intervenção, os pacientes receberam 4 ciclos de EP + D ± T, seguidos pela manutenção D 1500 mg q4w até a progressão da doença. Aqueles randomizados para tremelimumab (D + T + EP ) receberam dose adicional de T 75 mg após EP. No braço-controle EP, os pacientes receberam até 6 ciclos de EP e o protocolo de escolha do investigador (opcional). Os principais endpoints foram sobrevida global (SG) para D + EP versus EP e D + T + EP versus EP. Endpoints secundários incluíram sobrevida livre de progressão (SLP) e taxa de resposta global (ORR, da sigla em inglês), entre outras análises.
Resultados
Um total de 805 pacientes foi randomizado 1:1:1 para D + EP (N=268), D + T + EP (N= 268) e EP (N= 269). Após acompanhamento médio de 25,1 meses, com dados que alcançaram 82% de maturidade, a combinação de D + EP continuou a demonstrar benefício de SG versus EP isoladamente, com 12,9 vs 10,5 meses, HR= 0,75 (IC 95% 0,62-0,91); p = 0,0032. Aos 2 anos, 22,2% dos pacientes estavam vivos com D + EP vs 14,4% dos pacientes com EP.
O braço de intervenção AD + T+ EP também alcançou benefício, mas o ganho de sobrevida não atingiu significância estatística (HR= 0,82 (IC 95% 0,68-1,00); p = 0,0451. A SG mediana foi de 10,4 meses e 23,4% dos pacientes estavam vivos aos 2 anos.
Os endpoints secundários de SLP e ORR também mostraram benefício da adição de durvalumabe, com resultados superiores no braço tratado com D + EP versus EP. A ORR avaliada pelo investigador e confirmada por análise independente foi semelhante para D + T + EP vs EP (58,4% vs 58,0%), assim como a SLP mediana (4,9 meses vs 5,4 meses), embora a taxa de SLP em 12 meses tenha sido numericamente superior no braço com durvalumabe (16,9% vs 5,3%), HR= 0,84 (IC 95% 0,70–1,01).
Em relação ao perfil de segurança, a incidência de eventos adversos (EAs) de Grau 3/4 foi de 62,3%, 70,3% e 62,8% nos braços D + EP, D + T + EP e EP, respectivamente; EAs que levaram à descontinuação do tratamento ocorreram em 10,2%, 21,4% e 9,4%, respectivamente, enquanto EAs que levaram à morte ocorreram em 4,9%, 10,2% e 5,6%.
“A adição de durvalumabe a EP continuou demonstrando ganho de SG, apoiando ainda mais esse regime como novo padrão de tratamento para pacientes com CPPC avançado, oferecendo a flexibilidade da escolha da platina. Nenhum benefício adicional foi observado quando T foi combinado com D + EP nesta população de pacientes.
O perfil de segurança em todos os braços permaneceu consistente com dados já conhecidos de todos os agentes envolvidos no estudo.
Informações do ensaio clínico: NCT03043872
Referência: Durvalumab ± tremelimumab + platinum-etoposide in first-line extensive-stage SCLC (ES-SCLC): Updated Results from the phase III CASPIAN study - J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr 9002) - DOI: 10.1200/JCO.2020.38.15_suppl.9002
First Author: Luis G. Paz-Ares, MD, PhD
Meeting: 2020 ASCO Virtual Scientific Program
Session Type: Oral Abstract Session
Session Title: Lung Cancer—Non-Small Cell Local-Regional/Small Cell/Other Thoracic Cancers
Track: Lung Cancer—Non-Small Cell Local-Regional/Small Cell/Other Thoracic Cancers
Subtrack: Small Cell Lung Cancer
Abstract #: 9002