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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

ASCO 2020

Imunoterapia na neoplasia trofoblástica gestacional

gravidezO estudo de Fase II TROPHIMMUN demonstrou a eficácia do inibidor de checkpoint anti-PD-L1 avelumabe em pacientes com neoplasia trofoblástica gestacional resistente à mono-quimioterapia, com um perfil de segurança favorável em comparação com a quimioterapia (LBA6008).

"Este estudo de prova de conceito mostra que o tratamento com a imunoterapia avelumabe funciona contra esses tumores quando se desenvolve a resistência à quimioterapia de agente único", disse o oncologista Benoit You, médico do Centre Hospitalier Lyon-Sud e principal autor do estudo. "Embora sejam necessárias mais evidências antes de mudar a prática clínica, esses são resultados altamente promissores, sugerindo que avelumabe pode poupar as pacientes com doença quimio-resistente da toxicidade severa das combinações de quimioterapia", acrescentou.

Pacientes com neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) resistente à mono-quimioterapia são tratadas com esquemas quimioterápicos conhecidos por serem eficazes, mas tóxicos. A proteína PD-L1 é constitutivamente expressa em todos os subtipos de NTG (Bolze et al. Int J Gynecol Cancer 2017).

Na coorte A deste estudo acadêmico multicêntrico (NCT03135769), avelumabe foi administrado 10 mg/kg Q2W em pacientes com NTG resistentes à mono-quimioterapia. A imunoterapia foi prescrita até a normalização dos níveis da gonadotrofina coriônica humana (hCG) e depois por 3 ciclos de consolidação. O endpoint primário foi a taxa de pacientes com normalização da hCG.

Resultados

15 pacientes (mediana de 34 anos) acompanhados pelo French Gestational Trophoblastic Center foram tratadas entre dezembro de 2016 e setembro de 2019 (estágio I / III: 53% / 47%; FIGO score 0-4: 33%; score 5-6: 47%; score > 6: 20%). Todas as pacientes haviam progredido com metotrexato anterior e uma paciente progrediu à actinomicina-D. As participantes receberam uma mediana de 8 ciclos de avelumabe (intervalo: 2-11).

Os eventos adversos foram geralmente leves, com 93% dos pacientes apresentando eventos adversos relacionados ao medicamento de graus 1-2 (86% grau 1). A fadiga foi o mais comum (33% dos pacientes), seguida de náuseas e vômitos (33%), reações relacionadas à infusão (27%), distúrbio da tireoide (20%); olho seco (20%) e diarreia (20%). Foi observado um sangramento uterino grau 3 (não relacionado ao tratamento) em uma paciente. O acompanhamento médio foi de 30 meses. 

Sete pacientes atingiram níveis normais de hCG durante o tratamento com avelumabe e uma teve normalização após a descontinuação da imunoterapia. A doença nessas pacientes não recidivou após 29 meses de acompanhamento, e os níveis normais de hCG foram mantidos. Uma paciente tratada com sucesso com avelumabe teve uma gravidez posterior saudável, sendo o primeiro relato de gravidez normal após tratamento curativo com imunoterapia.1

Os autores concluíram que o inibidor de checkpoint anti-PD-L1 avelumabe foi eficaz, com um perfil de segurança favorável em comparação com a quimioterapia, em pacientes com resistência à mono-quimioterapia.

“Dado o número de pacientes com doença que não recidivaram e a toxicidade reduzida em comparação com a quimioterapia padrão com agente único, o avelumab merece investigação adicional”, observou Howard A. Burris III, presidente da ASCO.

O estudo foi financiado pela Merck Serono - Pfizer.

Referências: LBA6008: Avelumab in patients with gestational trophoblastic tumors resistant to monochemotherapy: Final outcomes of TROPHIMMUN phase II trial, cohort A. - Benoit You

1 - Bolze PA, You B, Lotz JP, et al. Successful pregnancy in a cancer patient previously cured of a gestational trophoblastic tumor by immunotherapy. Ann Oncol. 2020 Mar 11. pii: S0923-7534(20)36076-2. doi: 10.1016/j.annonc.2020.02.015. [Epub ahead of print]

 
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