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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

II Semana Brasileira da Oncologia

Novas perspectivas no câncer de mama triplo negativo

romulado barroso 2019 bx“No tratamento do câncer de mama triplo negativo evoluímos menos nas últimas três décadas e realmente é um desafio melhorar o prognóstico”. A afirmação é de Romualdo Barroso de Sousa (foto), oncologista clínico e coordenador de Pesquisa Translacional do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, que falou ao Onconews durante a II Semana Brasileira de Oncologia, realizada de 23 a 26 de outubro no Rio de Janeiro.

“O câncer triplo negativo representa aproximadamente 15% de todos os tumores de mama. A doença é caracterizada por um pior prognóstico em relação aos demais tumores de mama, com mais recorrência em Sistema Nervoso Central e recorrência visceral, infelizmente com sobrevida inferior a 2 anos para a maioria dos pacientes”, diz Romualdo, ex-fellow do Dana-Farber Cancer Center.

Para melhorar o prognóstico, o especialista lembra que três artigos importantes mostraram resultados no tratamento dos tumores triplo negativo em período recente. Um é o trabalho que comparou carboplatina com docetaxel na primeira linha; outros são os estudos com inibidores de PARP, o OlympiAD e o EMBRACA, e o terceiro é o IMpassion 130, que avaliou imunoterapia com atezolizumabe e nab-paclitaxel. “Pela primeira vez temos um tratamento baseado em estudo de Fase 3 com ganho de sobrevida em uma população específica, que é o IMpassion 130 com atezolizumabe para pacientes PD-L1 positivo. Esse teste precisa ser feito com o clone SP142 da Ventana, que seleciona quais são os pacientes que vão obter benefício com a imunoterapia”, destaca.

O oncologista reforça a importância de refinar a seleção de pacientes para as estratégias disponíveis. “Considerando a atual base de evidências, temos dados mostrando que em uma população selecionada de pacientes com mutações germinativas de BRCA1 ou BRCA2, inibidores de PARP são mais eficazes do que a quimioterapia. Para pacientes PD-L1 positivo e mutação germline eu ainda acho que a primeira escolha deve ser imunoterapia, enquanto naqueles PD-L1 negativo, os inibidores de PARP são preferência”, recomenda Romualdo. “Com base nos dados do estudo britânico TNT Trial, para uma população PD-L1 negativo e sem mutações germinativas deletérias, as drogas de escolha devem ser os taxanos”, acrescenta.

“Como perspectivas, acredito que nos próximos anos vamos testemunhar a emergência de novos anticorpos droga-conjugados que já estão numa linha de desenvolvimento bem avançada e certamente vêm para ficar. Por fim também esperamos com expectativa ver os dados da combinação de imunoterapia com inibidores de PARP nessa população de pacientes com mutações germinativas”, projeta Romualdo.
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