Aspectos controversos no tratamento dos pacientes com adenocarcinoma de esôfago localmente avançado marcaram a apresentação de Tiago Castria (foto), oncologista do ICESP e do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, em mesa que contou com nomes de peso no cenário mundial, como Karyn Goodman, radio-oncologista do Monte Sinai, e David Ilson, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center.
O surgimento de esquemas mais intensos de quimioterapia perioperatória, como o FLOT, trouxe à tona a discussão sobre o papel da radioterapia neoadjuvante em tumores do esôfago e de transição esofagogástrica (TEG). O estudo ESOPEC, ainda em andamento, está entre os estudos Fase III randomizados que tentarão responder a essa questão.
Um segundo aspecto controverso é acurácia dos métodos de imagem para prever resposta patológica completa, considerando que se trata de uma cirurgia mórbida em um grupo de pacientes muitas vezes limítrofes. Até o momento, para o adenocarcinoma a indicação cirúrgica é o padrão independente do grau de resposta à quimiorradioterapia. Estudos como o SANO trial vão avaliar esse ponto de forma prospectiva
Estratégias como a quimioterapia de indução aos moldes do estudo CALGB 80803 com troca do regime sistêmico a depender da resposta inicial é uma alternativa, porém esbarra muitas vezes em dificuldades com a fonte pagadora no Brasil.
Finalmente, a discussão envolveu alguns aspectos relacionados à heterogeneidade tumoral e como ela impacta na escolha dos tratamentos sistêmicos.