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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

ASCO GI 2019

Acompanhamento de rotina no câncer colorretal não metastático após ressecção

Lara ACCamargoO acompanhamento após cirurgia curativa no câncer colorretal não metastático apenas com base nos níveis de antígeno carcinoembrionário (CEA) não detectou a recorrência precoce em quase 30% dos casos. Os resultados serão apresentados por Lara Azevedo Diniz (foto), residente do departamento de oncologia do A.C.Camargo Cancer Center, no sábado, 19 de janeiro, na sessão de pôster do ASCO GI 2019.

O real benefício do acompanhamento pós-operatório mais intenso, determinado pela frequência dos exames ou pelo uso conjunto de imagem e marcadores tumorais, é controverso e foi contestado por alguns estudos publicados recentemente (CEA watch trial e FACS trial). Esses dados sugerem que um programa de acompanhamento menos intenso baseado em medições de antígeno carcinoembrionário (CEA) ou imagens desencadeadas por CEA seria suficiente para detectar a maioria das recorrências. Entretanto, ainda existem muitas questões em aberto.

“Acreditamos que exista uma alta porcentagem de pacientes com doença recorrente e valor normal de CEA para os quais seria necessária a triagem com imagens para detectar a recidiva precoce da doença e, consequentemente, avaliação quanto a possibilidade de metastasectomia com intenção curativa”, defendem os pesquisadores.

Métodos e resultados

O estudo retrospectivo incluiu 372 pacientes de um centro terciário de câncer em São Paulo (A.C.Camargo Cancer Center) com diagnóstico de adenocarcinoma colorretal estádios I a III. Após o tratamento cirúrgico os pesquisadores observaram um padrão de recorrência detectado apenas pela tomografia computadorizada (TC) ou pela elevação do CEA e pela imagem da TC combinadas.

Entre os 372 pacientes analisados, 110 (29,5%) apresentavam doença recorrente com uma mediana de seguimento de 34 meses. Das 110 recidivas detectadas, 75 (68,18%) foram detectadas pela elevação do CEA em combinação com a imagem da TC, 33 (30%) foram detectadas apenas pela TC e 2 (1,81%) nem pela TC nem pela alteração do CEA. Não houve nenhuma característica clínica que se associasse com tipo de padrão de recorrência.

Na análise, a taxa de metastasectomia foi 53,6%, semelhante entre os dois grupos. A taxa de recorrência após metastasectomia foi de 59,3%. Houve uma diferença de sobrevida global em 5 anos entre os pacientes que foram submetidos ou não a metastasectomia (79,4% vs. 54%, p 0,01).

Os resultados demonstraram que o exame de imagem com valores de CEA normais detectou a recorrência precoce em quase 30% dos casos. “Acreditamos que esse número seja alto o suficiente para manter viva a discussão do uso de imagem no seguimento. A questão maior é para quais pacientes e com que frequência devemos realizar os exames de imagem para que possamos atingir a melhor relação custo-benefício”, concluíram.

Referência:
Evaluation of routine image follow-up in nonmetastatic colorectal cancer after curative surgical resection - J Clin Oncol 37, 2019 (suppl 4; abstr 524) - Lara Azevedo Diniz, Amanda Karani, Diogo De Brito Sales, Larissa Machado, Milton Jose Barros; A.C. Camargo Cancer Center, São Paulo, Brazil

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