No câncer colorretal estádio II de alto risco, nova análise colaborativa do IDEA discutiu a não-inferioridade de três versus seis meses de tratamento adjuvante com FOLFOX/CAPOX. O estudo não conseguiu demonstrar a não-inferioridade, ilustrando resultados que trafegam entre o benefício clínico e a significância estatística. O oncologista Timothy Iveson (foto), do Hospital Universitário Southampton NHS Foundation Trust, Reino Unido, é o primeiro autor do trabalho (Abstract 3501).
No panorama GI não-colorretal, estudo que avaliou nab-paclitaxel em pacientes com adenocarcinoma de pâncreas virgens de tratamento, após cirurgia de ressecção completa, sugere que nab-paclitaxel pode ser uma opção para pacientes não elegíveis para FOLFIRINOX, achado que pode apoiar essa indicação no cenário adjuvante (Abstract 4000).
Em apresentação de Josep Tabernero, do Vall d´Hebron Institute of Oncology, o estudo KEYNOTE-062 mostrou que o anti PD-1 pembrolizumabe associado à quimioterapia no câncer gástrico avançado ou no adenocarcinoma de junção gastroesofágica teve atividade comparável à quimioterapia isolada como tratamento inicial (LBA 4007).
Na cirurgia oncológica, estudo randomizado conduzido no Hospital Universitário de Oslo, Noruega, mostrou curvas de sobrevida comparáveis entre pacientes submetidos à abordagem laparoscópica (mediana de 80 meses) e aqueles que receberam cirurgia aberta (81 meses). “A cirurgia hepática laparoscópica não só apresentou menor taxa de complicações pós-operatórias e melhorou a qualidade de vida, como foi custo-efetiva”, disse o investigador principal, Åsmund Avdem Fretland (Abstract LBA 3516).
“São dados animadores em um cenário onde muitas vezes o paciente ainda receberá tratamento sistêmico após a cirurgia, visto que muitos são tratados com esquema perioperatório de quimioterapia. Assim, quanto mais precoce e melhor a recuperação do paciente, maior a probabilidade de seguir o plano de tratamento pré-estabelecido”, afirma Heber Ribeiro, cirurgião do AC Camargo Cancer Center e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). O especialista ressalta que os pacientes do estudo norueguês foram muito bem selecionados, com baixo volume de doença demostrado pela média do número de nódulos, de 1.6 para cirurgia aberta e 1.5 para cirurgia laparoscópica, CEA baixo e um escore de risco clínico de 2 em ambos os grupos, confirmando o perfil favorável de casos elegíveis. “Além disso, a expertise do grupo que conduziu os procedimentos é importantíssima, uma vez que se trata de estudo unicêntrico e os cirurgiões envolvidos já haviam realizado mais de 400 ressecções hepáticas laparoscópicas antes de iniciar o trial”, ressalta.
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