Na oncoginecologia, estudo randomizado de Fase III que comparou dois regimes de tratamento nos carcinossarcomas abriu a sessão oral, em apresentação de Matthew A. Powell, da Universidade de Washington. Os resultados mostraram que o tratamento com paclitaxel e carboplatina não foi inferior a paclitaxel e ifosfamida na população avaliada (Abstract 5500).
“É um estudo de mudança de prática que nos respalda a adotar o que muitos de nós já vínhamos fazendo, que é a manutenção com paclitaxel e carbo, considerando que a ifosfamida é mais tóxica e de administração mais complexa”, explica Alessandra Morelle, oncologista do Hospital Moinhos de Vento e membro do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA/GBTG).
Outro destaque foi o estudo da EORTC, que trouxe novamente em perspectiva a neoadjuvância no tratamento do câncer cervical. A quimioterapia neoadjuvante seguida de cirurgia não aumentou a sobrevida na doença localmente avançada (Ib2-IIb) na comparação com quimiorradioterapia (Abstract 5503). “No grupo que recebeu químio neo, 24% das pacientes não conseguiram realizar a cirurgia, por progressão da doença ou toxicidade. Isso corrobora que o padrão de químio e radioterapia é o melhor tratamento para essas pacientes”, diz Alessandra.
A correlação entre o status de microssatélite e a resposta ao anti PD-L1 avelumabe no câncer de endométrio também fomenta o ambiente de pesquisa, como ilustrou estudo de Fase II apresentado na sessão oral de tumores ginecológicos. Nesta análise, as respostas foram mais frequentes na coorte de pacientes com instabilidade de microssatélites (MSI), incluindo tumores com perda imuno-histoquímica da expressão de pelo menos uma das proteínas de reparo (MMR) e/ou mutação no domínio de exonuclease de POLE - polymerase épsilon (Abstract 5502).
Na cirurgia, grande análise retrospectiva apresentou nova comparação entre a abordagem minimamente invasiva e a cirurgia aberta em pacientes submetidos à histerectomia radical para carcinoma escamoso, adeno ou adeno-escamoso de fase IA1, IA2 e IB1. Os resultados mostram que pacientes submetidos à abordagem minimamente invasiva apresentaram maior risco de recorrência. O papel do manipulador vaginal no aumento da recorrência deve ser mais estudado nesta população de pacientes (Abstract 5504).
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