23112024Sáb
AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

ASCO 2019

Perfil molecular de lesões precursoras do câncer oral

william apresentacao asco19 bxO oncologista William Nassib William Jr. (foto), diretor médico da Oncologia Clínica e Hematologia do Centro Oncológico da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, é o primeiro autor de estudo apresentado dia 2 de junho no Clinical Science Symposium da ASCO 2019. Realizado no MD Anderson Cancer Center, o trabalho analisa dados sobre o perfil molecular de lesões precursoras do câncer oral.

A paisagem molecular das lesões orais pré-cancerígenas e sua associação com a progressão neoplásica é em grande parte desconhecida. Neste estudo, William et al realizaram o sequenciamento de próxima geração em 170 pacientes do ensaio Erlotinib Prevention of Oral Cancer (EPOC). Como solução de NGS foi utilizada a plataforma MD Anderson T200, que processa 201 genes. Os perfis de RNA foram processados usando o HTG EdgeSeq Oncology Biomarker Panel, ferramenta que identificou 2.560 transcrições em um subconjunto de 141 lesões precursoras de câncer oral (LPCO). Desse universo, 73 pacientes desenvolveram câncer oral invasivo durante acompanhamento médio de 7,3 anos, dos quais 23 foram pareados para caracterizar a trajetória evolutiva da doença.

Nesta análise, as características moleculares das LPCO foram correlacionadas com sobrevida livre de câncer oral. Os resultados foram comparados com os perfis de DNA/ RNA invasivos do TCGA e com um conjunto independente de 86 lesões precursoras com dados genômicos disponíveis.

Resultados

Os autores descrevem que a substituição predominante foi C > T, característica também observada no TCGA. Os genes mais mutados em LPCOs foram TP53 (29%), CDKN2A (15%), NOTCH1 (11%) e PIK3CA (7%).

Houve aumento progressivo da carga de mutação do tumor (TMB, P <0,05) e frequência de mutações de alto risco TP53 (P = 0,02) para câncer oral invasivo (P <0,05), como hiperplasia e displasia. Como esperado, a mediana do TMB foi maior nas LPCOs dos pacientes que desenvolveram câncer oral (2,45 mut / Mb) em relação àqueles que não desenvolveram (1,22 mut / Mb) (P <0,01). Pacientes com mutação em TP53 tiveram menor sobrevida livre de câncer oral (HR 1,81, IC 95% 1,13-2,90, P = 0,01).

Esta análise resultou em um escore prognóstico que identificou 12 transcrições de RNAm associadas ao risco de câncer oral (HR 4,72, IC 95% 2,51-8,86, P <0,01). O escore foi validado no conjunto independente de 86 LPCO (HR 2,68, P <0,01), e associado com menor sobrevida global quando aplicado ao TCGA (HR 2,72, P <0,01).

"O trabalho é o primeiro a analisar de forma completa as alterações moleculares de lesões pré-cancerígenas de boca e o primeiro a correlacionar estas alterações com o risco de desenvolvimento de câncer”, explica William.

“Os pacientes foram acompanhados por anos e os resultados permitirão conhecimento mais extenso desta condição, podendo-se desenvolver novas estratégias de acompanhamento e prevenção do câncer de cabeça e pescoço. Essa análise serve ainda como modelo para avaliação do genoma de lesões pré-cancerígenas de outros órgãos", conclui o especialista.

Referência: Abstr 6009: Genomic and transcriptomic landscape of oral pre-cancers (OPCs) and risk of oral cancer (OC). - William Nassib William et al- J Clin Oncol 37, 2019 (suppl; abstr 6009)

Publicidade
ABBVIE
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
banner_assine_300x75.jpg
Publicidade
300x250 ad onconews200519