A experiência do Americas Centro de Oncologia Integrada com o uso de terapia oral na assistência oncológica é descrita em artigo de Mauro Zukin (foto) e colegas, aceito para publicação eletrônica na ASCO 2019.
A terapia antineoplásica oral é uma realidade crescente, mas exige maior atenção dos profissionais para evitar erros na dispensa e garantir a adesão ao tratamento. Neste estudo, os autores apresentam um método para acompanhar pacientes com câncer, com o objetivo de reduzir os problemas relacionados à medicação e melhorar a adesão à terapia antineoplásica oral.
O estudo foi realizado em uma clínica privada de oncologia no Rio de Janeiro, durante o ano de 2018. Na primeira dispensação, os pacientes receberam aconselhamento farmacêutico verbal e escrito sobre posologia, armazenamento adequado, requisitos de manuseio seguro e estratégias para evitar efeitos colaterais adversos, incluindo interações com alimentos e drogas. Também foram dadas orientações sobre nutrição, sexualidade, direitos e deveres.
“Para melhorar a adesão e evitar o esquecimento ou a duplicidade de dosagem, os pacientes receberam um calendário de medicação”, descrevem os autores. “O farmacêutico fez a dispensação, anotou efeitos colaterais adversos e avaliou a adesão do paciente usando um modelo baseado na Morisky Medication Adherence Scale”, explicam.
Todas as informações foram registradas em prontuário e os pacientes que responderam "sim" a alguma pergunta do inquérito foram considerados não aderentes. Entre as não conformidades foram consideradas medicamento errado, dose incorreta e atrasos na administração.
Resultados
Em 2018, em média, foram realizadas 1487 dispensações e mediu-se o comportamento de aderência de 1053 pacientes, dos quais 94,37% foram considerados aderentes. O percentual mensal de não conformidade foi de 1,5% das dispensas.
“Este estudo demonstra que, com o acompanhamento educacional e farmacêutico desde a primeira dispensação, é possível garantir um tratamento mais seguro e eficaz para os pacientes em uso de antineoplásicos orais. É imperativo manter o objetivo de desenvolver melhores técnicas de distribuição, orientação e garantia de alta aderência”, concluem os autores.
Referência: Abstract e18311: Oral chemotherapy follow up on a Brazilian private health care unitOral chemotherapy follow up on a Brazilian private health care unit - Mauro Zukin et al - J Clin Oncol 37, 2019 (suppl; abstr e18311)