O oncologista Ramón Andrade de Mello* (foto) é o primeiro autor de estudo de revisão sistemática e meta-análise selecionado para publicação eletrônica no ASCO 2019, avaliando os benefícios do tratamento com inibidores de ciclinas CDK4/ 6i associado à terapia endócrina no câncer de mama avançado receptor hormonal positivo. “Embora os inibidores de quinase dependentes de ciclina (CDKi) + terapia endócrina melhorem claramente vários desfechos clínicos, muitas questões relevantes permanecem sem resposta: existe benefício em sobrevida global e sobrevida livre de progressão? Qual o melhor CDKi?”, discutem os autores.
Os resultados confirmam o benefício. Nos 8 estudos que cumpriram os critérios de inclusão, houve tendência para ganho de sobrevida global (SG) com CDKi + terapia endócrina comparado à terapia endócrina isoladamente. O tratamento com inibidores de ciclinas mostrou superioridade em todos os desfechos avaliados (SLP, taxa de resposta e taxa de benefício clínico), como opção de primeira ou segunda linha.
“Ribociclibe e abemaciclibe mostraram evidência de melhor SLP e taxa de resposta na comparação com palbociclibe”, descreve a meta-análise.
Em termos de segurança, abemaciclibe causou menos neutropenia, mas mais diarreia do que ribociclibe e palbociclibe. A trombose venosa profunda foi menos frequente com ribociclibe.
A conclusão do estudo mostra que CDKi + ET foi 97% superior em termos de SG e 99% superior em termos de SLP, taxa de resposta e taxa de benefício clínico na comparação com terapia endócrina isoladamente em pacientes com câncer de mama avançado, receptor hormonal positivo.
Referência: J Clin Oncol 37, 2019 (suppl; abstr e12543)
*Ramón Andrade de Mello é oncologista no Hospital Israelita Albert Einstein e no Hospital 9 de Julho, Professor de Oncologia Clínica da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP e da Universidade de Algarve, Faro/Portugal.