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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

AACR 2019

Passado, presente e futuro da imuno-oncologia

richard pazdur bxOs modernos inibidores de checkpoint imune deram a tônica da sessão moderada por Richard Pazdur (foto), Diretor do Centro de Excelência em Oncologia do FDA, em um dos pontos altos do encontro anual da American Association for Cancer Research. No Major Simposium intitulado "PD-1 Pandemonium", Pazdur destacou a importância de um novo paradigma representado pela geração de agentes anti PD-1/PD-L1, mas criticou a falta de cooperação no ambiente de pesquisa clínica.

Apontada como o grande avanço recente no tratamento do câncer, a imuno-oncologia tem mesmo revolucionado práticas e contribuído para transformar diferentes cenários de tratamento. Como resultado dessa onda de grandes inovações, também autoridades regulatórias incorporaram mudanças, a exemplo das indicações agnósticas, mas a pesquisa e desenvolvimento despertam preocupações.

Na sessão "PD-1 Pandemonium" da AACR 2019, as maiores críticas revelaram um número expressivo de estudos concorrentes em cenários específicos, com pouca diferença entre as moléculas, como descreve o periódico BioCentury. É o caso do carcinoma de células renais, hoje com diferentes estudos Fase III em andamento, tendo sunitinibe (Sutent®) como braço comparador. “Um estudo com um braço controle compartilhado pouparia os pacientes de receber o standard of care e lhes daria maior acesso a um tratamento potencialmente mais benéfico”, disse Pazdur. “Os pacientes não são um recurso da indústria farmacêutica. Eles são um recurso global e essa ineficiência pode significar a falta de confiança no sistema”, acrescentou.

O cenário do câncer de bexiga metastático também atraiu diferentes estudos clínicos com imunoterapia e foi mencionado pelo diretor do FDA. Pazdur lembrou que quatro agentes receberam aprovação acelerada. No entanto,  atezolizumabe (Tecentriq, da Roche®) não conseguiu demonstrar benefício de sobrevida no estudo Fase III IMvigor211.

Enquanto há quem defenda que a presença de múltiplos agentes no ambiente de pesquisa clínica significa melhor acesso aos pacientes, o Diretor do FDA prefere cautela, citando estudos fracassados com inibidores de checkpoint imune no mieloma múltiplo, como descreve a BioCentury.

Estudo apresentado no AACR 2019 pelo Cancer Research Institute em parceria com o Parker Institute of Immunotherapy ajuda a dimensionar outro cenário que desperta preocupação. “São mais de 2.600 estudos clínicos com foco em moléculas anti PD1/PD-L1 e combinações para o tratamento do câncer, mas apenas 89 são pesquisas em câncer de pâncreas, em contraste com 535 estudos de imunoterapia em câncer de pulmão”, comparam os autores (Abstract 8060).

Avanços

Os inibidores de PD-1 e PD-L1 já receberam quase 50 aprovações nos Estados Unidos e representaram mais de 20% das aprovações do FDA em 2018. Em um ambiente ainda cercado de desafios, estratégias encorajadoras apontam caminhos. É o caso de novos estudos de combinação que apostam em parcerias mais estreitas e começam a definir padrões relacionados à carga de mutação do tumor (TMB) como um biomarcador. É esperar e conferir o que vem pela frente.

Referência: SYPOL08 - PD-1 Pandemonium: FDA Speaks with Industry on the Past, Present, and Future of PD-1 Drugs

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