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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

AACR 2019

Baixas taxas de vacinação contra HPV em adultos com alto risco de infecção por HIV

Nota2 Diversos HPV 2 OKEstudo apresentado na AACR 2019 indica que adultos com alto risco de se infectar com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da AIDS, é justamente o gruo com menor probabilidade de ser vacinado contra o papilomavírus humano (HPV).

A infecção por HPV é comum, e em um indivíduo saudável, muitas vezes é eliminado do corpo sem nunca causar doença. No entanto, uma vez que a infecção pelo HIV compromete o sistema imunológico do organismo, uma pessoa HIV-positiva pode ser incapaz de combater a infecção pelo HPV e pode ser mais propensa a desenvolver alguns tipos de câncer, incluindo câncer anal e cervical.

Desde 2006 estão disponíveis vacinas que visam as cepas de HPV com maior probabilidade de causar câncer anal e cervical. A recomendação é que meninos e meninas até 15 anos de idade recebam duas doses da vacina, começando aos 11 ou 12 anos. Aqueles que iniciam a série de vacinas mais tarde, entre 15 e 26 anos, deve receber três doses.

Nos Estados Unidos, assim como no Brasil, a adesão à vacinação tem sido mais lenta do que o recomendado pelos especialistas em saúde pública, e está atualmente muito abaixo da meta nacional de 80%. A partir de 2017, cerca de 49% dos adolescentes dos EUA estavam em dia com a vacinação contra o HPV e 66% receberam a primeira dose, de acordo com dados do U.S. Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Neste estudo, os pesquisadores buscaram avaliar as taxas de vacinação contra o HPV em pessoas com alto risco de infecção pelo HIV.

Pesquisadores usaram dados da pesquisa do Sistema de Vigilância de Fator de Risco Comportamental de 2016 (BRFSS) para avaliar as taxas de vacinação contra o HPV em indivíduos que relataram envolvimento em um ou mais comportamentos de alto risco no ano anterior à pesquisa. Dos 486.303 adultos que completaram a pesquisa do BRFSS de 2016, apenas 16.507, ou 3,39%, usaram drogas injetáveis e/ou se envolveram em comportamentos sexuais de alto risco e foram classificados como de alto risco para a infecção pelo HIV.

Entre essa população, apenas 416 (2,52%) tinham dados completos. Nesse grupo, os pesquisadores descobriram que poucas pessoas foram totalmente vacinadas contra o HPV. As taxas de vacinação variaram entre os grupos populacionais de alto risco. Cerca de um quarto, ou 25,7% dos homens gays/bissexuais com idade entre 18 e 33 anos iniciaram a série de três doses de vacina contra o HPV, e 6,2% a completaram. Entre as mulheres heterossexuais de alto risco com idade entre 18 e 36 anos, cerca de um quarto completou a série de três doses da vacina de HPV, enquanto apenas 11% dos homens heterossexuais de alto risco com idade entre 18 e 29 anos iniciaram a série de três doses. As diferenças de idade, gênero e orientação sexual nas taxas de vacinação contra o HPV foram estatisticamente significativas (p = 0,0047).

O estudo mostrou ainda que nenhum dos homens e mulheres transgêneros e indivíduos não-conformes de gênero iniciaram a vacinação contra o HPV (p = 0,4138), e embora as diferenças raciais/étnicas nas taxas de vacinação contra o HPV não tenham sido estatisticamente significativas (p = 0,0630), quase todos os negros não-hispânicos (96,09%) não foram vacinados.

“Foi alarmante que quase todos os negros não-hispânicos no estudo não tivessem sido vacinados, especialmente devido à carga desproporcional de HIV/AIDS entre esse grupo minoritário”, disse o principal autor do estudo, Lisa T. Wigfall, professora assistente da Divisão de Educação em Saúde do Departamento de Saúde e Cinesiologia na Faculdade de Educação e Desenvolvimento Humano da Universidade Texas A & M em College Station.

Embora as taxas de iniciação da vacina contra o HPV (11,91%) e de conclusão (15,72%) tenham sido maiores entre os adultos de alto risco testados para o HIV, essas diferenças não foram estatisticamente significativas (p = 0,0750).

Wigfall disse que uma das possíveis razões para a baixa taxa de vacinação em populações de alto risco é que as recomendações para pessoas vivendo com HIV foram emitidas vários anos após a vacina contra o HPV ter sido disponibilizada pela primeira vez à população em geral.

“Para algumas populações de alto risco neste estudo, como homens gays / bissexuais ou transexuais, os provedores podem não ter abordado as conexões entre comportamentos sexuais de alto risco e coinfecção HIV / HPV. Gênero e orientação sexual são tópicos importantes que não devem nos impedir de identificar e direcionar os esforços de vacinação contra o HPV entre as populações de alto risco", disse Wigfall.

Em um esforço para aumentar a vacinação contra HPV entre populações de alto risco, “um primeiro passo necessário seria a ampla adoção do teste de HIV para todos os adolescentes e adultos, independentemente do risco percebido”, disse ela, observando que o CDC recomenda o teste de HIV de rotina desde 2006. “Essa recomendação não tem sido amplamente seguida, deixando milhares de pessoas vivendo com o HIV inconscientes de sua condição de soropositiva”, observou.

O estudo foi financiado por um prêmio de desenvolvimento de carreira do Instituto Nacional do Câncer (NCI).

Referência: HPV vaccination among adults at high-risk for HIV infection: A public health priority - Lisa T. Wigfall

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