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ESMO 2018

Quimioterapia de indução no câncer de esôfago localmente avançado

GUILHERME HARADA POSTER ESMO NET OKEstudo liderado por Guilherme Harada (foto), residente (R5) do Instituto do Câncer de São Paulo (ICESP), buscou investigar se a adição de quimioterapia de indução à quimioradioterapia concomitante seguida de cirurgia, tratamento padrão no câncer de esôfago localmente avançado, aumenta a taxa de resposta patológica completa (pCR). O trabalho foi orientado pelo oncologista Tiago Biachi de Castria.

 

Os pesquisadores realizaram uma análise retrospectiva de pacientes diagnosticados com câncer de esôfago localmente avançado tratados com quimiorradioterapia pré-operatória seguida de esofagectomia (CRTþS), precedida ou não por quimioterapia de indução, entre 2009 e 2017. As características dos pacientes, variáveis ​​tumorais e desfechos do tratamento foram avaliadas. Foram utilizados o método Kaplan-Meier para estimar a sobrevida global e o modelo de risco proporcional de Cox para avaliar os fatores prognósticos.

Resultados

No total, 103 pacientes foram estudados, com uma mediana de idade de 62 anos (37-84). Setenta e cinco pacientes (73%) eram do sexo masculino, 67 (65%) tinham carcinoma de células escamosas e 31 (30%) adenocarcinoma. Quarenta e três pacientes (41,7%) receberam quimioterapia de indução seguido por CRTþS (ICþCRTþS). A quimioterapia de indução mais frequente consistiu em paclitaxel e platina (38 pts - 90%), com mediana de dois ciclos (intervalo 1-6).

Todos os pacientes receberam quimiorradioterapia pré-operatória seguida de esofagectomia (CRTþS). Quimioterapia concomitante foi uma combinação de paclitaxel e platina em 94 pacientes (91%). A mediana de dose de radiação foi de 41,4 Gy (intervalo 39,6-50,4).

Não houve diferença estatisticamente significativa na resposta patológica completa entre o grupo de quimioterapia de indução e o grupo padrão CRTþS. A pCR foi de 41,9% e 46,7% no grupo ICþCRTþS e CRTþS (p = 0,628), respectivamente. Na análise multivariada, a pCR foi um fator prognóstico independente para sobrevida livre de falha (FFS) (HR 0,35, 95% CI 0,14-0,85, p = 0,021), mas não para sobrevida global (p = 0,863). O fator que afetou significativamente a sobrevida global na análise multivariada foi o linfonodo positivo (HR 5,9, IC 95% 1,23-28,27, p = 0,026). Quimioterapia de indução, histologia, grau histológico, dose de radiação, e estádio T não foram identificados como fatores prognósticos independentes para sobrevida global ou sobrevida livre de falha.

“Nossos dados sugerem que a adição de quimioterapia de indução ao tratamento padrão no câncer de esôfago localmente avançado (CRTþS) não aumenta a taxa de resposta completa. Não houve diferença na sobrevida global entre os pacientes que receberam ou não quimioterapia de indução. Observamos também que independentemente do tratamento recebido, os pacientes que alcançaram resposta patológica completa apresentaram melhora na sobrevida livre de falha”, explicou Harada.

Referência: 632P Induction chemotherapy for locally advanced esophageal cancer - G. Harada, R.R.D.C.C. Bonadio, F.C.C. de Araujo, C.R. Victor, F.R. Takeda, R.A.A. Sallum, U.R. Junior, I. Cecconello, T.B. de Castria Medical Oncology, ICESP - Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, São Paulo, Brazil

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