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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

ESMO 2018

Metástase cerebral em pacientes com câncer de ovário

ELIZABETH POSTER ESMO NET OKPesquisadores do A.C.Camargo Cancer Center avaliaram os fatores prognósticos para a sobrevida global (SG) em pacientes com câncer de ovário com metástase cerebral. Os resultados do estudo foram apresentados pela oncologista Elizabeth Santana dos Santos (foto) no sábado, 20 de outubro, durante sessão de pôster do ESMO 2018. O trabalho foi considerado ‘Best Poster’ pela comissão científica do evento.

A metástase do sistema nervoso central (SNC) é um evento raro em pacientes com câncer de ovário, e o índice prognóstico utilizado atualmente para outros tumores não é adequado para pacientes com a doença que apresentam metástase cerebral (BM).

No estudo, foram avaliados retrospectivamente pacientes com diagnóstico de carcinoma de ovário e metástase cerebral tratados no A.C.Camargo Cancer Center entre janeiro de 2007 e dezembro de 2017. Foram coletados dados clínicos do diagnóstico e do momento do diagnóstico da metástase cerebral. A sobrevida global foi definida como o tempo desde o diagnóstico da metástase até o momento da morte por qualquer causa.

Resultados

Entre 560 pacientes, 26 apresentaram metástase cerebral. A mediana de idade no momento do diagnóstico da metástase foi de 63 anos, e as pacientes apresentavam em maioria (88%) o carcinoma seroso de alto grau. As recidivas no sistema nervoso central foram classificadas como sensíveis à platina em 14 pacientes (53,8%) e a maioria das pacientes apresentavam uma boa performance status (ECOG 0/1=70%).

Quatorze pacientes (53,8%) apresentaram progressão da doença exclusivamente no sistema nervoso central. A mediana do número de metástases cerebrais foi de 4, com tamanho médio da maior lesão de 3,2 cm. A mediana do tempo entre o diagnóstico inicial para a metástase cerebral foi de 32 meses. Oito pacientes foram tratados com cirurgia, quinze (15) com radioterapia cerebral total (RT), cinco (5) com RT estereotáxica e quatro (4) pacientes receberam tratamento sistêmico no momento do diagnóstico da metástase cerebral. Com um follow-up mediano 19 meses, a sobrevida global mediana da cohorte foi de 10,8 meses.

Os fatores associados à uma mehor sobrevida global foram recorrência sensível à platina (HR 0,34; 95% IC 0,12-0,99; p = 0,049), e um maior intervalo entre o diagnóstico e a metástase (p = 0,025). Notadamente, o número de metástases cerebrais, maior tamanho do tumor e a progressão fora do sistema nervoso central não se relacionaram à sobrevida. Além disso, outros fatores se correlacionados à SG tais como: número de linhas de tratamento prévios (HR 1,57, 95% IC 1,12-2,19; p = 0,008) e a performance status ECOG (HR 2,52, 95% IC 1,24-5,09; p = 0,010).

“Os resultados mostram que a sensibilidade à terapia com platina e um maior intervalo entre o diagnóstico e a metástase cerebral durante o curso da doença se correlacionam com uma melhor sobrevida. É importante ressaltar que nem o número de metástases, nem seu maior tamanho ou a progressão fora do sistema nervoso central se relacionaram à uma pior sobrevida”, afirmou Elizabeth.

Referência: 997P Brain metastasis in ovarian cancer patients - A.A.B.A. da Costa1 , E.S. Dos Santos1 , L. de Brot1 , A.R.G. Ribeiro2 , D.P. Cotrim2 , N. Carvalho Pandolfi3 , M.G. Cesca3 , M.J. Chen4 , G. Baiocchi5 1 Medical Oncology, A.C. Camargo Cancer Center, São Paulo, Brazil, 2 Medical Oncology, A. C. Camargo Cancer Center, São Paulo, Brazil, 3 Clinical Oncology, A. C. Camargo Cancer Center, São Paulo, Brazil, 4 Radiation Therapy, A. C. Camargo Cancer Center, São Paulo, Brazil, 5 Gynaecology Oncology, A. C. Camargo Cancer Center, São Paulo, Brazil

 

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