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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

ESMO 2018

Diferenças de gênero no câncer esofagogástrico

homem mulherMulheres parecem mais propensas que os homens a uma gama mais ampla de efeitos colaterais da quimioterapia no tratamento de primeira linha em câncer esofagogástrico. É o que aponta uma análise combinada apresentada no Congresso ESMO 2018, a partir de dados agrupados de quatro estudos clínicos randomizados.

"Nós sabemos há muito tempo em oncologia que existem diferenças entre homens e mulheres na incidência e prognóstico de muitos tipos de câncer. Agora, a questão clínica que queremos responder é se o sexo influencia a toxicidade e a eficácia de quimioterapias comumente administradas no câncer esofagogástrico”, disse Michael Davidson, do Royal Marsden Hospital NHS Foundation Trust, em Londres, autor do estudo. “É a primeira vez que dados diferenciados por gênero foram coletados em uma escala tão grande para esse tipo de tumor", destacou.

No total, 1654 pacientes foram incluídos na análise: 80% homens e 20% mulheres. Maior proporção de câncer gástrico em relação a tumores de esôfago ou de junção esofagogástrica foi observada em pacientes do sexo feminino. "Esses achados são consistentes com a incidência e distribuição desses tumores em populações ocidentais", observou Davidson.

A análise não mostrou diferença significativa entre as taxas globais de toxicidade experimentadas por homens e mulheres. No entanto, quando foram analisados os resultados individuais de toxicidade, foi possível verificar taxas significativamente mais altas de náusea e vômito, com 89,3% das mulheres versus 78,3% dos homens. Entre as mulheres, a toxicidade grau 3 ou superior também foi maior (16,7% versus 9,5%). As mulheres também foram mais propensas a diarreia (53,8% versus 46,9% dos homens), mucosite oral (49,5% versus 40,7%) e alopecia (81,4% versus 74,3%) em todos os graus de gravidade. Por outro lado, 49,3% dos pacientes do sexo masculino sofriam de neuropatia periférica contra 42,6% das mulheres.

Em termos de eficácia, não houve nesta análise combinada nenhuma diferença significativa na sobrevida entre pacientes do sexo masculino e feminino. A taxa de resposta global - ou seja, o número de pacientes que atingiram redução no tamanho do tumor com a quimioterapia - foi maior no sexo masculino, mas não atingiu significância estatística.

"Nossa principal descoberta, portanto, é que homens e mulheres tratados com combinações semelhantes de quimioterapia foram afetados por uma série de diferentes toxicidades em graus variados", disse Davidson. Ele argumenta que embora não haja dados suficientes para apoiar estratégias alternativas de tratamento para homens e mulheres, esses achados podem ser úteis para que os clínicos possam refinar o tratamento proposto a seus pacientes. “Saber que as mulheres têm mais probabilidade de sofrer efeitos colaterais gastrointestinais, como náuseas e vômitos ou diarreia, pode permitir uma orientação mais personalizada ao paciente, capacitando-o a relatar problemas precocemente, permitindo que os médicos introduzam medidas de apoio de forma mais proativa", avaliam os autores.

Referências:

1 - Abstract 619PD_PR 'Influence of sex on chemotherapy efficacy and toxicity in oesophagogastric (OG) cancer: a pooled analysis of 4 randomised trials' will be presented by Michael Davidson during Poster Discussion Session on Friday, 19 October 2018, 16:00 to 17:30 (CEST) in Room 21 - Hall B3. Annals of Oncology, Volume 29 Supplement 8 October 2018

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