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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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ASCO 2018

NeoSAMBA: impacto da sequência de tratamento no câncer de mama

BINES ASCO2018 NET OKO oncologista José Bines (foto), do Instituto Nacional do Câncer (INCA), apresentou na ASCO os resultados do estudo NeoSAMBA, em sessão de pôster no sábado, 2 de junho. O estudo investiga se a sequência de antraciclina e taxano é importante na neoadjuvância do câncer de mama HER2- e os resultados mostram pela primeira vez ganho de sobrevida global com taxano inicial na doença localmente avançada. "O resultado mostra que fazer taxano antes de antraciclina na neoadjuvância em pacientes com grandes tumores levou a um aumento da sobrevida livre de doença e sobrevida global", afirmou Bines.

 Os taxanos geralmente seguem as antraciclinas no tratamento neo/adjuvante do câncer de mama. No entanto, não há lógica biológica que justifique este padrão atual de tratamento. “Nós comparamos a estratégia de quimioterapia, com um regime baseado em antraciclina seguido por uma quimioterapia neoadjuvante com taxano (FAC-T) com a sequência reversa (T-FAC)”, explicou Bines.

Neste ensaio randomizado, aberto, de fase única, realizado no Instituto Nacional do Câncer (INCA), mulheres com câncer de mama HER2 negativo localmente avançado foram estratificadas por receptor hormonal e randomizadas para receber 3 ciclos de fluorouracil, doxorrubicina e ciclofosfamida seguidos de 3 ciclos de docetaxel versus docetaxel seguido de fluorouracil, doxorrubicina e ciclofosfamida. Cirurgia, radioterapia e terapia hormonal adjuvante foram dadas de acordo com as diretrizes locais. O endpoint primário foi resposta patológica completa (pCR) e endpoints secundários incluíram sobrevida livre de doença (SLD) e sobrevida global (SG).

O estudo inscreveu 118 pacientes entre setembro de 2010 e novembro de 2012, 60 receberam FAC-T e 58 T-FAC. A mediana de acompanhamento foi de 53,8 meses (95% IC 51,9-55,7). A mediana de idade foi de 50 anos. Noventa e quatro pacientes (70,7%) apresentavam tumores em estádio III e 31 (26,3%) tinham doença triplo negativa. A pCR foi maior em pacientes triplo negativos: 21,4% vs 1,2%. A sequência de tratamento não melhorou o pCR de todos os pacientes operados (114): 3 (5,2%) e 4 (7,3%) nos braços FAC-T e T-FAC, respectivamente. Taxano como primeiro agente terapêutico mostrou SLD em 5 anos de 78% vs 45% (HR 0,31, IC 95% 0,16–0,59) e SG de 88% vs 65% (HR 0,28, IC 95% 0,12– 0,66), respectivamente.

“Nós mostramos pela primeira vez melhora na SLD e SG com taxano primeiro quando comparado com a quimioterapia de sequenciamento de antraciclina na doença localmente avançada. É possível inverter a sequência e tirar maior proveito do tratamento, sem nenhum custo adicional. E a magnitude do benefício foi além do que esperávamos”, concluiu Bines.

O estudo NeoSAMBA está registrado na plataforma ClinicalTrials (NCT01270373)

Referências: J Clin Oncol 36, 2018 (suppl; abstr 575)

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