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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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ASCO 2018

O que esperar das novas terapias para câncer gástrico e JEG?

RAMON 2 NET OKNa sexta-feira, 1º de junho, primeiro dia de atividades da ASCO 2018, o oncologista Ramon Andrade de Mello (foto) discutiu novas abordagens no tratamento do câncer gástrico e do câncer de junção gastroesofágica (JEG), tema de Sessão Educacional e de artigo no Educational Book1. “Algumas vias moleculares, como VEGF, EGFR,  PIK3CA e PARP-1 têm embasado o desenvolvimento de novas drogas-alvo e devem ampliar o arsenal terapêutico no câncer gástrico em um futuro próximo”, diz Ramon, atualmente no NOHC (Núcleo de Oncologia e Hematologia do Ceará), em Fortaleza,  professor de oncologia da Universidade do Algarve, Faro, Portugal.

 Durante a sessão educacional da ASCO, Ramon lembrou dos achados dos subtipos do Atlas Genômico do Câncer (The Cancer Genome Atlas – TGCA), com evidências de que 80% dos tumores do vírus Epstein-Barr e 42% dos tumores com instabilidade de microssatélites têm mutações PIK3CA. “É uma via que pode ser reavaliada como possível alvo para o tratamento sistêmico do câncer gástrico”, ilustrou.

Ampliar a compreensão do comportamento biológico dos tumores é, sem dúvida, decisivo para amparar novas estratégias terapêuticas. “Agora, sabemos que a maior expressão de PARP-1 no câncer gástrico está relacionada à doença mais avançada e de pior prognóstico. Também identificamos expressão de PD-L1, alta instabilidade de microssatélites e deficiência nos genes de reparo do DNA nesses tumores, sugerindo que a imunoterapia também pode ser um caminho terapêutico”, acrescenta.

Entre os agentes da nova geração, a Sessão Educacional da ASCO classificou de “marginal” o benefício de apatinibe (1,8 meses) e de ramucirumabe (1,4-2,2 meses) no câncer gástrico avançado. A conferência também discutiu o valor prognóstico da superexpressão de HER2, que varia de 9% a 23% em tumores de estômago e é mais frequente no subtipo intestinal. “Embora seu valor prognóstico seja incerto, o HER2 deve ser testado em todos os pacientes com câncer gástrico metastático, usando um sistema de pontuação de IHC modificado”, recomenda o especialista.

Pesquisas adicionais sobre biomarcadores, combinações e sequenciamento de terapias de manutenção podem ajudar a reconfigurar o cenário de tratamento da doença avançada.

Sobre o autor: Ramon Andrade De Mello é médico oncologista do NOHC São Mateus e Oncovie Hospital OTOCLÍNICA, em Fortaleza (CE). É professor colaborador do Mestrado em Patologia da Universidade Federal do Ceará, professor de oncologia e pesquisador da Universidade do Algarve, Faro, Portugal e membro do Comitê Educacional De Tumores Gastrointestinal Alto da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO).

Referências:  What Will We Expect From Novel Therapies to Esophageal and Gastric Malignancies? - Ramon Andrade De Mello, Luis Castelo-Branco, Pedro Castelo-Branco, Daniel Humberto Pozza, Louis Vermeulen, Sofia Palacio, Matthew Salzberg, A. Craig Lockhart, MAY 2018 AMERICAN SOCIETY OF CLINICAL ONCOLOGY EDUCATIONAL BOOK - OI: 10.1200/EDBK_198805 American Society of Clinical Oncology Educational Book 38 (May 23, 2018) 249-261.

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