04122024Qua
AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

ASCO 2018

Comunicação médico-paciente na oncogeriatria

comunicação medico idoso NET OKA avaliação geriátrica, instrumento que inclui medidas validadas para aferir diferentes domínios da saúde do idoso, pode ajudar a melhorar a comunicação com pacientes idosos com câncer, com reflexos positivos na linha de cuidados. É o que conclui estudo que será apresentado em sessão oral na ASCO 2018, em análise que envolveu mais de 500 pacientes oncológicos acima de 70 anos (LBA 10003).

Foram considerados elegíveis pacientes com idade ≥ 70 anos, com tumores sólidos avançados ou linfoma, e pelo menos um domínio comprometido na avaliação geriátrica, a exemplo da função cognitiva, reconhecida por aumentar resultados adversos.

Os pacientes foram randomizados em dois grupos para receber cuidados habituais ou intervenção baseada na avaliação geriátrica (AG). Os endpoints primários foram: 1) número de discussões sobre preocupações relacionadas à idade (a visita clínica após a AG foi gravada e transcrita; 2 codificadores cegos avaliaram a qualidade dessa comunicação e planejaram intervenções de acompanhamento) e 2) satisfação do paciente avaliada em pesquisas telefônicas, a partir de um inquérito modificado do Health Care Climate Questionnaire (HCCQ), em um score de 7 a 35 pontos).

Resultados

De 2014 a 2017, 544 pacientes foram inscritos no estudo (295 no grupo de AG), com idade média de 77 anos; 49% do sexo feminino.

Os resultados mostram que mais pacientes no grupo de cuidados habituais tiveram desempenho físico prejudicado (96% vs 92%, p = 0,03), assim como menor apoio social que o braço de intervenção (33% vs 25%, p = 0,05).

Em 530 pacientes avaliados, o número médio de discussões foi de 6,3 (SD: 4,0). O grupo AG teve mais 3,5 discussões sobre preocupações relacionadas à idade em comparação com o grupo de cuidados habituais (95% CI: 2,28-4,72, p = 10-6; coeficiente de correlação intraclasse [ICC] = 0,24). No grupo de AG, mais 2.0 discussões em média tiveram comunicação de maior qualidade (95% CI: 1,20-2,69; p = 6x10-6) e mais 1,9 levaram a intervenções (IC 95%: 1,14-2,73; p = 1,6 x10-5). Em 511 pacientes, a pontuação média no score HCCQ foi de 22,9 (DP 4,5).

Em conclusão, o grupo de AG teve significativamente mais discussões para quase todos os domínios avaliados, indicando que a intervenção melhora a comunicação do idoso com câncer com seu oncologista. A avaliação geriátrica também permitiu abordar e solucionar mais problemas relacionados à idade.

“Como oncologistas, precisamos nos afastar do foco apenas no câncer, especialmente diante de pacientes mais velhos. Embora viver mais seja importante, há muitos problemas de saúde não relacionados ao câncer que são tão ou mais importantes”, disse o primeiro autor do estudo, Supriya Gupta Mohile, professor de medicina na Universidade de Rochester, em New Hampshire. “Pacientes e seus cuidadores querem claramente que o oncologista discuta as preocupações relacionadas à idade. Nosso estudo mostra que a avaliação geriátrica pode ajudar os oncologistas a atender essa necessidade do paciente idoso”, conclui.

O estudo foi financiado pelo NCI e pelo Patient-Centered Outcomes Research Institute (PCORI).

Referência: Abstract LBA10003: Improving Communication with Older Patients with Cancer using Geriatric Assessment (GA): A University of Rochester NCI Community Oncology Research Program (NCORP) Cluster Randomized Controlled Trial (CRCT).
Patient and Survivor Care, Oral Abstract Session
Apresentação: Supriya Gupta Mohile, MD, MS
University of Rochester Medical Center
Domingo, 3 de junho

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