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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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San Antonio 2017

SOLD: duração ideal da adjuvância no câncer de mama HER2

Joensuu Heikki NET OKO estudo SOLD avaliou 2.176 mulheres com câncer de mama HER2+ e apresentou na conferência de San Antonio os resultados de eficácia e segurança comparando o uso de trastuzumabe pelo padrão de 12 meses após a quimioterapia versus o uso por 9 semanas após a quimioterapia. Não houve diferença substancial de sobrevida global e sobrevida livre de doença entre os dois braços avaliados, mas o estudo não alcançou o poder estatístico planejado. Os dados foram apresentados por Heikki Joensuu (foto), professor do Departmento de Oncologia na Universidade de Helsinque, Finlândia.

 

De janeiro de 2008 a dezembro 2014, foram inscritas 2.176 mulheres com câncer de mama HER2+, independente do status linfonodal, a partir de 63 centros, em 7 países. Mulheres sem presença de linfonodos deveriam ter diâmetro do tumor > 5 mm. Foram excluídas pacientes com metástases à distância, câncer inflamatório, doença cardíaca clinicamente significativa, fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) <50%, status do receptor de estrogênio desconhecido e status performance > 1 pelos critérios da Organização Mundial de Saúde. Também foram excluídas pacientes que receberam terapia neoadjuvante.

As pacientes selecionadas foram randomizadas para 2 grupos de tratamento. O tratamento sistêmico inicial foi idêntico nos 2 grupos, consistindo de 3 ciclos de docetaxel mais trastuzumabe seminal, seguido de 3 ciclos de fluorouracil, epirrubicina e ciclofosfamida (FE75C). A dose de docetaxel foi de 80 mg/m2 ou 100 mg/m2 (pré-especificada para cada centro). A radioterapia e a terapia endócrina (para pacientes com ER +) foram administradas de acordo com a prática de cada instituição; a duração da terapia endócrina foi de, no mínimo, 5 anos. A FEVE foi medida no baseline e nas semanas 18, 31, 43 e 61 e mês 36. O endpoint primário foi sobrevida livre de doença (SLD) e a comparação entre os grupos foi feita usando modelo de Cox e a abordagem de não-inferioridade.

Após a terapia inicial, o braço A não recebeu qualquer outro tratamento (quimioterapia ou trastuzumabe), enquanto o grupo B recebeu trastuzumabe como agente único administrado 3 vezes por semana, durante 14 ciclos, para completar 1 ano de tratamento.

Após um seguimento pela mediana de 5,2 anos, o estudo SOLD mostrou que não houve diferença substancial de sobrevida global e sobrevida livre de doença entre os dois braços avaliados. Na comparação de 12 meses versus 9 semanas, a sobrevida livre de doença foi de 90,5% versus 88%. Em cinco anos, a sobrevida global foi, respectivamente, de 95,9% vs 94,7%. A sobrevida livre de doença em 5 anos foi de

94,2% para o braço de 12 meses e de 93.2 % no grupo tratado por 9 semanas.

Para Heikki Joensuu, primeiro autor do estudo, professor do Departamento de Oncologia da Universidade de Helsinki, na Finlândia,"o atual padrão de tratamento é longo, dispendioso e ocasionalmente associado com cardiotoxicidade". Ele lembra que nos quatro grandes estudos randomizados que estabeleceram o padrão atual, trastuzumabe foi administrado por um ano. No entanto, o estudo SOLD não conseguiu demonstrar que o tratamento experimental de 9 semanas é semelhante em eficácia em relação ao padrão atual, ainda que a diferença entre os dois braços tenha sido discreta. Assim, trastuzumabe em 12 meses continua como padrão de tratamento.

Uma limitação importante é que o estudo SOLD apresentou menor poder estatístico que o planejado.

Referência: A randomized phase Ill study of adjuvant trastuzumab for a duration of 9 weeks versus 1 year, combined with adjuvant taxane-anthracycline chemotherapy for early HER2-positive breast cancer (the SOLD study) - Joensuu H et al

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