Os receptores de antígeno quimérico de células T representam uma nova estratégia de imunoterapia. O estudo ZUMA-1 mostrou na ASH os resultados de fase II com dados preliminares de eficácia e segurança da terapia CAR T-Cells axicabtagene ciloleucel (axi-cel). “Os resultados confirmam o benefício extraordinário do conceito das células CAR-T como estratégia terapêutica clinicamente relevante e duradoura em uma população de pacientes sem nenhuma outra opção de tratamento. O desafio é tornar esta tecnologia acessível para um grande número de pacientes a nível global”, observa o oncohematologista Jacques Tabacof, coordenador geral de oncologia e hematologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e médico do Centro Paulista de Oncologia.
Neste estudo multicêntrico de fase II foram considerados 108 pacientes com linfoma difuso de grandes células B agressivo e refratário para avaliar a taxa de resposta e a duração de resposta da terapia com axi-cel.
Após 15,4 meses, 42% dos pacientes permaneciam livres de progressão da doença e 56% continuavam vi-vos, com mediana de sobrevida global ainda não alcançada. A taxa de resposta objetiva foi de 82%, incluindo 58% de resposta completa. Os resultados do estudo foram publicados no New England Journal of Medicine.
"O acompanhamento de longo prazo confirma que as respostas podem ser duráveis e os pacientes em remissão aos 6 meses tendem a permanecer em remissão", disse o primeiro autor do estudo, Sattva S. Neelapu, do MD Anderson Cancer Center. “Mais da metade dos pacientes ainda estão vivos mais de um ano após o tratamento ", destacou.
Os eventos adversos mais comuns de grau 3 ou superior foram neutropenia (78%), anemia (43%) e trombocitopenia (38%). Síndrome de liberação de citocinas de grau 3 ou superior e eventos neurológicos ocorreram em 13% e 28% dos pacientes, respectivamente.