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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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ASCO GU 2017

Destaques do panorama geniturinário

Rafael Brandao_fev 2017.jpgO oncologista Raphael Brandão (foto), coordenador científico do Grupo Oncoclínicas e oncologista titular do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e do Centro Paulista de Oncologia (CPO), comenta os destaques do 2017 Genitourinary Cancers Symposium (ASCO GU).

Vigilância ativa para pequenos tumores
 
Pacientes com tumores renais pequenos (<4cm) precisam realmente ser tratados? Esta foi a pergunta que motivou a análise prospectiva de 615 pacientes com tumores renais menores que 4cm.  Os pacientes foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo era de vigilância ativa (n=317, 51,5%) com exames de imagem a cada 6 meses; o segundo grupo recebeu algum tipo de tratamento definitivo (n=298, 48,5%). Não houve diferença de sobrevida câncer específica entre os dois grupos. O estudo mostrou que a vigilância ativa em tumores de rim < 4 cm é uma opção sólida.
 
Abstract 430 - Intermediate-term outcomes from the DISSRM registry: A prospective analysis of active surveillance in patients with small renal masses. - Ridwan Alam, Hiten D. Patel, Mark F. Riffon, et al.
 
Atezolizimabe e bevacizumabe nos câncer de rim metastático
 
O uso de atezolizumabe associado ao bevacizumabe foi avaliado em um estudo randomizado de fase II que envolveu 305 pacientes com câncer de rim metastático virgens de tratamento. Os pacientes foram divididos em 3 diferentes grupos de tratamento: sunitinibe vs atezolizumabe vs atezolizumabe + bevacizumabe. Os dados de sobrevida livre de progressão e taxa de resposta foram numericamente melhores para os pacientes que receberam atezolizumabe + bevacizumabe. Considerando os pacientes que apresentavam expressão de PD-L1 > 1%, a taxa de resposta alcançou 46% entre os pacientes que receberam atezolizumabe + bevacizumabe. Apesar de ser um estudo preliminar, de fase II, foram observadas a segurança e eficácia da combinação de atezolizumabe e bevacizumabe, em especial nos pacientes PD-L1 positivos.
 
Abstract No 431 - A phase II study of atezolizumab with or without bevacizumab vs. sunitinib in untreated metastatic renal cell carcinoma patients. - McDermott D, Atkins M, Motzer R, et al.
 
Atividade dos inibidores de PD-1/PD-L1 nos pacientes com câncer de rim metastático de histologia não células claras
 
Estudo retrospectivo, multicêntrico, envolvendo 44 pacientes de 9 centros ao redor do mundo. Os pacientes eram metastáticos e receberam inibidores de PD-1/PD-L1. Entre estes pacientes, 25% eram de histologia cromófobas e 35% papilíferos. A taxa de resposta global foi de 18%, doença estável 34% e progressão de doença de 48%. A taxa de sobrevida global em 6 meses foi de 81%. Este é o primeiro estudo que avaliou a atividade da imunoterapia em câncer de rim de células não claras e podemos concluir que há atividade do tratamento neste tipo de doença.
 
Abstract 482 - Clinical activity of PD1/PDL1 inhibitors in metastatic non-clear cell renal cell carcinoma (nccRCC).- R Brandao, RR McKay, W Xie, et al.
 
Resposta após suspenção da imunoterapia por toxicidade em pacientes com câncer de rim
 
Estudo retrospectivo envolvendo 19 pacientes com câncer de rim metastático que receberam anti PD-1/PD-L1 e descontinuaram o tratamento por toxicidade. Apenas 4 pacientes apresentaram progresssão imediata à suspensão do tratamento. Oito pacientes (42%), apresentaram resposta durável após a toxicidade e permanecem em resposta até a apresentação do estudo, com seguimento mediano de 6 meses.
O estudo conclui que em alguns casos a imunoterapia pode ter beneficios duradouros, mesmo após a interrupção por toxicidade.  Apesar de ser um estudo pequeno, ele confirma o que já havia sido mostrado nos estudos envolvendo pacientes com melanoma e que suspenderam a imunoterapia por toxicidade.
 
Abstract 467 - Outcomes of PD-1/PD-L1 responders who discontinue therapy for immune-related adverse events (irAEs): Results of a cohort of patients (pts) with metastatic renal cell carcinoma (mRCC).- R McKay, D Martini, R Brandao, et al.
 
Classificação molecular do cancer de próstata
 
A exemplo do câncer de mama, o câncer de próstata também pode ser classificado conforme o perfil molecular. Essa foi a conclusão de um estudo envolvendo 3.782 amostras de pacientes com câncer de próstata tratados com prostatectomia e avaliados quanto à expressão de 50 genes através do teste PAM 50. Os pacientes foram classificados em luminal A, luminal B e Basal.
Os pacientes do grupo Luminal B apresentaram piores desfechos clínicos. A sobrevida livre de recidiva bioquimica em 10 anos foi de 41% e 39% nos subtipos luminal A e basal, respectivamente, e de 29% para o grupo Luminal B. Em relaçao à sobrevida câncer específica em 10 anos, os pacientes apresentaram taxa de 89% no grupo luminal A, 86% no grupo basal e 78% no grupo luminal B.
Os pacientes do grupo luminal B apreentaram melhor resposta à terapia anti-androgênica em comparação com os demais grupos.
 
Abstract 3 - Luminal and basal subtyping of prostate cancer. - Felix Yi-Chung Feng, Shuang Zhao, Seiwon Laura Chang, et al.
 

 
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