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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

ASCO discute nova classificação para tumores linfoides

ASH_Sangue_NET_OK_2.jpgA sessão educacional da 53ª ASCO dedica espaço à nova classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para tumores linfóides e sua aplicação na prática clínica, em conferência que tem como chair a hematologista Sonali M. Smith, da Universidade de Chicago, uma das grandes especialistas mundiais em linfoma1.

Laura Fogliatto, hematologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e chefe do Serviço de Hematologia da Santa Casa de Porto Alegre, lembra que os avanços tecnológicos permitiram reconhecer diferenças entre os linfomas. “A nova classificação da OMS2 para tumores linfóides, atualizada em 2016, incorporou informações clínicas, morfológicas, imunofenotípicas, citogenéticas e moleculares, clinicamente relevantes, descritas ao longo dos últimos 8 anos, data de sua edição anterior3”, explica Laura.

Na ASCO, o painel começa com apresentação do National Cancer Institute (NCI) dos Estados Unidos, em sessão que discute como compreender a nova proposta da OMS para a classificação de malignidades linfóides. A aplicação na prática clínica e o impacto dessas diretrizes compõem a agenda da sessão educacional.

“Esse novo conjunto de parâmetros permite uma classificação e diagnóstico mais precisos, de forma a auxiliar no desenvolvimento e na inovação terapêutica. Com a nova classificação, o número de neoplasias linfoides passou de menos de 30 para mais de 80”, observa a hematologista brasileira. “Na nova classificação da OMS, exemplo em que um teste molecular auxilia na diferenciação entre os linfomas de pequenas células é o Linfoma Linfoplasmacítico/Macroglobulinemia de Waldenstrom, onde cerca de 90% dos pacientes possuem a mutação MYD88 L265P. Além de esclarecer o diagnóstico, este subgrupo de pacientes hoje pode ser resgatado com quase 100% de sucesso através de terapia alvo4”, acrescenta Laura.
 
A especialista lembra, ainda, que outro tópico extremamente importante são os linfomas "double ou triple-hit", com rearranjo em MYC, BCL2 e/ou BCL6 e altamente agressivos. “Uma vez reconhecido este grupo de linfomas, novos estudos, incluindo quimioterapia em altas doses ou mesmo o transplante de medula óssea autólogo em primeira linha estão em desenvolvimento, demonstrando melhores resultados que a quimioterapia previamente padrão4”, conclui.
 
Referências 

1 – Education Session - Understanding the New WHO Classification of Lymphoid Malignancies: Why It's Important and How It Will Affect Practice (Domingo, dia 4, das 8h00 às 9h15 AM (ET time), Sala: E354b)

2 - Steven H. Swerdlow e col. Blood 2016. 127(20): 2375-2390.

3 - Steven P. Treon e col. N Engl J Med 2015; 372:1430-1440
 
4 - Daniel J Landsburg e col. JCO 2017. 35: 1-10
 

 

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