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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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AURA3: confirmando as expectativas

Carlos_IASLC_NET_OK.jpgO oncologista Carlos Henrique Teixeira (foto), do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e do Centro Paulista de Oncologia (CPO), do Grupo Oncoclínicas, comenta os resultados do estudo AURA3, apresentados durante a Conferência Mundial de Câncer de Pulmão da IASLC, em Viena, Áustria.

Com resultados positivos e esperados, o estudo AURA3 foi apresentado na sessão plenária da Conferência Mundial de Câncer de Pulmão da IASLC, em Viena, dia 6 de dezembro, e publicado simultaneamente no New England Journal of Medicine (NEJM).
 
Os desfechos deste estudo fase III confirmaram as expectativas da comunidade oncológica que antecipadamente já vinha usando o osimertinib no cenário de câncer de pulmão EGFR mutado e refratário à primeira linha de inibidores de primeira ou segunda geração. O medicamento já havia sido aprovado na Europa este ano e nos EUA em novembro de 2015 graças ao bom desempenho demonstrado nos estudos de fase 1 e 2.
 
O estudo AURA3 tem a importância de confirmar, em um estudo de fase 3, randomizado e multicêntrico, os dados dos estudos preliminares. Neste estudo, que teve como critério de inclusão principal a presença da mutação de resistência T790M (presente em quase 60% dos tumores EGFR+ refratários em primeira linha), foi comparado o osimertinib (80mg/dia) com quimioterapia - carboplatina e pemetrexed - em doses habituais a partir de randomização 2:1.
 
Após inclusão de 279 pacientes no braço osimertinib e 140 pacientes no braço de quimioterapia, o endpoint primário foi estatisticamente significativo em favor do inibidor de terceira geração, com uma sobrevida livre de progressão (SLP) de 10.1 meses vs 4.4 meses, HR- 0.30 (P < .001). A taxa de resposta também foi favorável ao braço experimental, 71% vs 31% (P < .001).
 
Nos pacientes com metástases cerebrais ao diagnóstico, a SLP foi igualmente superior: 8.5 meses vs 4.2 meses, HR-0.32.  As taxas de toxicidade grau 3 foram menores com o osimertinib (23%) vs a quimioterapia (47%). Com base nestes resultados, temos a confirmação do papel do osimertinib neste cenário.
 
Vale destacar a necessidade da re-biópsia no momento da progressão em busca da presença da mutação T790M, Nesse sentido, a biópsia líquida vem ganhando importância e pode, em muitos casos, evitar a biópsia tecidual, mas não a exclui caso seja negativa.
 
Com mais uma arma no cenário de CPNPC com mutação do EGFR, melhoramos o prognóstico destes pacientes, que ganham mais tempo livre de quimioterapia. Será cada vez mais importante entender os mecanismos de resistência destas novas drogas e, através de pesquisa translacional, assegurar em breve espaço de tempo (como vem acontecendo em CPNCP) novas opções terapêuticas a esses pacientes. Também com este estudo podemos aguardar a aprovação da medicação no cenário brasileiro com mais celeridade.
 
Referência: 17th World Conference on Lung Cancer (WCLC). Abstract PL03.03. Presented December 6, 2016 - Osimertinib or Platinum–Pemetrexed in EGFR T790M–Positive Lung Cancer - N Engl J Med. Published online December 6, 2016.

 
 
 
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