O exemplo brasileiro da política anti-tabaco foi citado na coletiva de imprensa realizada dia 5 de dezembro na 17ª Conferência Mundial sobre Câncer de Pulmão da IASLC, ao lado de estratégias da Malásia, Irlanda, Austrália e Uruguai.
Uma das grandes iniciativas destacadas no encontro anual foi o Tobacco Free Portfolios, que pretende conscientizar o setor financeiro do mundo inteiro a não apoiar investimentos associados ao tabaco. O projeto nasceu na Austrália, criado pela médica Bronwyn King, do Peter MacCallum Cancer Center, em Melbourne. King acompanha de perto o impacto do tabagismo em seus pacientes e ficou surpresa ao descobrir que o fundo de pensão do hospital em que trabalha havia investido em ações e produtos de companhias associadas ao tabaco. Fundou a Tobacco Free Portfolios e descobriu que executivos financeiros também estão alarmados com a dimensão do problema, dispostos a repensar seu papel para enfrentar essa questão global.
No Brasil, especialistas alertam para a importância de ampliar os esforços e desmistificar os falsos benefícios tributários gerados pela indústria do tabaco. Dados apresentados pelo médico Gustavo Faibischew Prado, pneumologista do ICESP, mostram que a arrecadação com impostos pagos pelo setor do tabaco é de aproximadamente 6,3 bilhões enquanto os gastos anuais com despesas de saúde no Brasil chegam a 21 bilhões
Leia mais: Tabagismo e carga de morte por câncer