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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

ASH 2016 e os destaques da oncohematologia

ASH_2015_blood_cells_NET_OK.jpgA ASH 2016, conferência anual da Sociedade Americana de Hematologia, que acontece de 3 a 6 de dezembro, em San Diego, anunciou alguns estudos que devem ser destaque do programa científico dessa 58ª edição, que acontece entre os dias 3 e 6 de dezembro em San Diego, Califórnia.

O estudo de fase 3 ALCANZA (Abstr 182) mostrou que o brentuximab vedotin (Adcetris, Seattle Genetics) tem resultados clínicos significativamente superiores quando comparado com a escolha terapêutica do médico (metotrexato ou bexaroteno) no linfoma cutâneo de células T que expressa CD30, uma doença relativamente rara.
 
O estudo incluiu 128 pacientes randomizados que foram acompanhados por 17,5 meses. Para a taxa de resposta global (TRG) aos 4 meses, endpoint primário do estudo, brentuximab foi significativamente superior à terapia de escolha do médico: 56% versus 13%, respectivamente (P <.0001). A mediana de sobrevida livre de progressão (SLP) foi de 16,7 meses versus 3,5 meses, uma diferença altamente significativa favorecendo o brentuximab (P<0,0001).
 
O estudo LyMa (abstract 145) mostrou que a manutenção do rituximabe após o transplante autólogo de células-tronco prolonga a sobrevida em pacientes mais jovens com linfoma de células manto (LCM).
 
O estudo comparou a manutenção de rituximab (uma infusão a cada 2 meses por 3 anos) versus observação nesse grupo de pacientes. O trabalho incluiu 240 pacientes com um seguimento médio de 50 meses. A sobrevida livre de eventos em quatro anos foi de 78,9% para a manutenção do rituximabe versus 61,4% para o grupo de observação (P=0,0012). A sobrevida livre de progressão em quatro anos e sobrevida global também foram melhores com a manutenção terapêutica com rituximab. A SLP em quatro anos foi de 82,2% versus 64,6%, respectivamente (P=0.0005) e a sobrevida global em 4 anos foi 88,7% versus 81,4%, respectivamente (p=0,0143).
 
Os autores do estudo, liderado por Steven Le Gouill, do Hospital Universitário de Nantes, na França, concluem que rituximab de manutenção é o novo padrão de cuidados para pacientes jovens com MCL. "Este estudo fornece boa evidência de que o rituximab melhora os resultados de pacientes mais jovens com linfoma de células manto após o transplante. Alguns clínicos já vinham fazendo isso, e agora há evidências para apoiar esta prática a partir de um ensaio de Fase 3", observou Stephanie Lee, Secretária da ASH e professora de medicina da Universidade de Washington, em Seattle.
 
O ibrutinibe está novamente entre os destaques da conferência anual da ASH, em estudo apresentado na sessão LBA. O trabalho (LBA 3) liderado por David Miklos, de Stanford, avaliou o uso do inibidor da tirosina quinase de Bruton no tratamento da doença crônica do enxerto pelo anfitrião (GVHD, da sigla em inglês), uma complicação séria do transplante alogênico de células-tronco. Os resultados mostram que o tratamento com ibrutinibe resultou em respostas clinicamente significativas e duradouras em pacientes que falharam pelo menos um tratamento prévio para cGVHD. A taxa de resposta global com o medicamento foi 67% e uma taxa de resposta sustentada de ≥20 semanas de 71%.
 
Leucemia Linfocítica Crônica
 
Um abstract com potencial de mudar a prática clínica é o estudo alemão CLL M1 (abstr 229), que mostra que a terapia de manutenção com lenalidomida (Revlimid, Celgene) após quimiomunoterapia front-line prolonga substancialmente a sobrevida livre de progressão em pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC) de alto risco.
 
Os pacientes do estudo foram submetidos a quatro ciclos de quimioimunoterapia e tiveram pelo menos uma resposta parcial. Eles foram considerados de alto risco por seu perfil citogenético ou pela quantidade de doença residual.
 
No estudo, os pacientes foram randomizados 2:1 para lenalidomida de manutenção ou placebo. A ideia inicial era incluir 200 pacientes, mas apenas 89 pacientes foram analisados, pois o estudo foi interrompido precocemente devido aos resultados positivos na análise interina.
 
Após um seguimento médio de 17,7 meses, a mediana de sobrevida livre de progressão no grupo placebo foi de 14,6 meses vs não atingida no grupo da lenalidomida. Os pacientes tratados com lenalidomida foram 80% mais propensos a ser convertidos para doença nódulo-negativa em comparação com o placebo. Com seguimento curto, não houve diferença na sobrevida global entre os dois grupos
 
“Os resultados sugerem que a manutenção com lenalinomida é benéfica nestes pacientes com CLL de alto risco que têm doença residual após a quimioimunoterapia inicial”, afirmou Lee.
 
PERSIST-2
 
Outro trabalho destacado na conferência para a imprensa, o estudo de fase III PERSIST-2 (LBA 5) avalia o pacritinib versus a melhor terapia disponível, incluindo o inibidor de JAK ruloxitinib (Jakavi, Novartis), em 311 pacientes com mielofibrose e contagem de plaquetas <100.000 μ/l. O novo agente investigacional foi superior, com uma redução de 35% no volume do baço, e melhoria significativa no tempo até os sintomas em 24 semanas. Algumas toxicidades gastrointestinais e hematológicas foram observadas com pacritinib, mas não foi observada diferença entre os dois braços de tratamento em eventos cardiovasculares e sangramento. Embora o pacritinib tenha sido eficaz no estudo de Fase 3, o desenvolvimento do fármaco foi suspenso pelo FDA devido a potenciais mortes por excesso cardiovascular e eventos hemorrágicos no estudo PERSIST-1.
 
StaMINA
 
Também foram destacados os resultados do StaMINA, o maior estudo nos Estados Unidos a investigar o transplante autólogo para mieloma múltiplo (LBA-1). O estudo envolveu 750 pacientes e comparou três abordagens diferentes. Em um braço do estudo, os pacientes foram submetidos a um único transplante com a terapia de consolidação tripla (bortezomib, lenalidomida e dexametasona), seguido de manutenção de lenalidomida; nos outros dois braços do estudo, os pacientes foram submetidos a um transplante único ou duplo com quimioterapia como terapia de consolidação; todos receberam lenalidomida como terapia de manutenção, que é o padrão nos Estados Unidos.
 
Aos 38 meses, a sobrevida global e sobrevida livre de progressão foram semelhantes nos três grupos. A probabilidade de SLP foi de 57%, 56% e 52% para as três abordagens, respectivamente; a probabilidade de SG foi 86%, 82% e 83%, respectivamente.
 
Referências:
 
182 - Brentuximab Vedotin Demonstrates Significantly Superior Clinical Outcomes in Patients with CD30-Expressing Cutaneous T Cell Lymphoma Versus Physician's Choice (Methotrexate or Bexarotene): The Phase 3 Alcanza Study
 
145 - Rituximab Maintenance after Autologous Stem Cell Transplantation Prolongs Survival in Younger Patients with Mantle Cell Lymphoma: Final Results of the Randomized Phase 3 LyMa Trial of the Lysa/Goelams Group
 
LBA-3 - Multicenter Open-Label Phase 2 Study of Ibrutinib in Chronic Graft Versus Host Disease (cGVHD) after Failure of Corticosteroids
 
229 - Lenalidomide Maintenance after Front Line Therapy Substantially Prolongs Progression Free Survival in High Risk CLL: Interim Results of a Phase 3 Study (CLL M1 study of the German CLL Study Group)
 
LBA-5- Results of the Persist-2 Phase 3 Study of Pacritinib (PAC) Versus Best Available Therapy (BAT), Including Ruxolitinib (RUX), in Patients (pts) with Myelofibrosis (MF) and Platelet Counts <100,000/µl
 
LBA-1 - Comparison of Autologous Hematopoietic Cell Transplant (autoHCT), Bortezomib, Lenalidomide (Len) and Dexamethasone (RVD) Consolidation with Len Maintenance (ACM), Tandem Autohct with Len Maintenance (TAM) and Autohct with Len Maintenance (AM) for up-Front Treatment of Patients with Multiple Myeloma (MM): Primary Results from the Randomized Phase III Trial of the Blood and Marrow Transplant Clinical Trials Network (BMT CTN 0702 – StaMINA Trial)
 
Leia mais sobre a ASH 2016: Head to head: GALLIUM mostra superioridade do novo anti-CD20
 
Terapia CAR-T na ASH 2016

 
 

 
 

 

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