O estudo de fase III NEMO mostrou vantagens do binimetinib (BINI) em comparação com dacarbazina (DTIC) no tratamento do melanoma avançado, irressecável ou metastático com mutação NRAS positiva. Os resultados, que serão apresentados na 52ª edição da ASCO, sugerem melhorias em diversos endpoints clinicamente relevantes, incluindo sobrevida livre de progressão, taxa de resposta global e taxa de controle de doença (Abstr 9500).
O medicamento, um inibidor de MEK com atividade pré-clínica e clínica demonstrada no melanoma BRAF-V600E e NRAS mutado, foi bem tolerado e pode oferecer uma nova opção de tratamento para pacientes com melanoma NRAS mutado antes e após a imunoterapia.
A mutação NRAS no melanoma ocorre em aproximadamente 20% dos pacientes, e não existem terapias específicas para esse subgrupo. Apesar do surgimento de imunoterapias como tratamentos eficazes em melanoma, há uma necessidade não atendida nestes pacientes, particularmente após falha da imunoterapia.
Métodos e resultados
Pacientes com melanoma cutâneo avançado irressecável/metastático NRAS-mutado sem tratamento prévio ou que progrediram durante ou após imunoterapia prévia foram randomizados 2:1 para receber binimetinib (BINI, n=269) 45 mg via oral duas vezes ao dia ou dacarbazina (DTIC, n=133) 1000 mg/m2intravenoso (IV) a cada 3 semanas.
Os pacientes foram estratificados por estágio, PS ECOG e imunoterapia anterior para doença irressecável/metastática. O endpoint primário foi a sobrevida livre de progressão (SLP) por revisão central independente. A sobrevida global (SG) foi o endpoint secundário; outros endpoints secundários incluíram a taxa de resposta global (TRG) e taxa de controle da doença (TCD).
A análise primária planejada de sobrevida livre de progressão e análises pré-especificadas por estratificação de imunoterapia e níveis de LDH no rastreamento (HR com 95% CI) são apresentadas na tabela abaixo. As taxas de resposta global e de controle de doença confirmadas favoreceram os pacientes tratados com binimetinib, com 15% (11%-20%) e 58% (52%-64%) para BINI vs 7% (3%-13%) e 25% (18%-33%) para DTIC (P=0,015 [TRG]; P<0,001 [TCD]), respectivamente.
A mediana de duração da resposta com BINI foi de 6,9 meses. Uma análise interina pré-especificada da sobrevida global também favoreceu BINI em relação a dacarbazina, com uma estimativa para HR de 0,81. Ainda são aguardados dados mais maduros de sobrevida global.
Eventos adversos de graus 3/4 relatados em ≥ 5% dos pacientes em ambos os grupos foram aumento de CPK (19% BINI, 0% DTIC), hipertensão (7% BINI, 2% DTIC), anemia (2% BINI, 5% DTIC) e neutropenia (1% BINI, 9% DTIC).
Informações do ensaio clínico: NCT01763164
Sobrevida Livre de Progressão
Binimetinib | Dacarbazina | HR | P | |
Primário, N=402 | 2.8 (2.8–3.6) | 1.5 (1.5–1.7) | 0.62 (0.47–0.80) | < 0.001 |
Imunoterapia anterior, n=85 | 5.5 (2.8–7.6) | 1.6 (1.5–2.8) | 0.46 (0.26–0.81) | |
Sem imunoterapia anterior, n=317 | 2.8 (2.7–2.9) | 1.5 (1.5–1.7) | 0.70 (0.53–0.94) | |
LDH alto, n=113 | 2.1 (1.5–2.8) | 1.4 (1.1–1.5) | 0.45 (0.28–0.71) | |
LDH normal, n=269 | 3.9 (2.8–4.2) | 1.7 (1.5–2.8) | 0.65 (0.48–0.89) |
Referência: Results of NEMO: A phase III trial of binimetinib (BINI) vs dacarbazine (DTIC) in NRAS-mutant cutaneous melanoma - Abstract 9500 - Monday, june6, 1:15pm- Citation: J ClinOncol 34, 2016 (suppl; abstr 9500)