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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

PALOMA-2: palbociclib no câncer de mama avançado ER+/HER2-

Mama_News_1_NET_OK.jpgO estudo de fase III PALOMA-2, duplo-cego, randomizado, confirmou o benefício clínico e a segurança da combinação de palbociclib e letrozol em pacientes na pós-menopausa com câncer de mama avançado ER+/HER2- que não receberam terapia sistêmica prévia para a doença avançada. Os resultados que serão apresentados na segunda-feira, 6 de junho, na ASCO 2016 (abstr 507), mostram que a mediana de sobrevida livre de progressão foi de 24,8 meses para o tratamento combinado em comparação com 14,5 meses para o letrozol isolado.

No estudo PALOMA-1, aberto, fase II, a adição de palbociclib (P), um inibidor de quinase de múltiplas ciclinas (CDK 4/6),ao letrozol (L) melhorou a mediana de sobrevida livre de progressão em comparação com o letrozol isolado (20,2 meses vs 10,2 meses) no tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de mama avançado ER+/HER2-, levando a aprovação acelerada do FDA. O PALOMA-2 foi concebido para confirmar estes resultados.

“O estudo veio confirmar informações prévias do fase II Paloma 1, que já havia demonstrado a capacidade da inibição das CDKs 4/6 em modular a resposta ao tratamento endócrino com letrozole. Os resultados mostram uma diferença importante e provavelmente clinicamente significativa em termos de sobrevida livre de progressão”, afirma o oncologista Carlos Barrios, diretor do Hospital de Câncer Mãe de Deus, em Porto Alegre.

O especialista ressalta que o tratamento apresentou uma incidência maior de toxicidade, particularmente mielosupressão, que não é frequente com hormonioterapia e deve ser reconhecida pelos oncologistas. “Ao prescrever esta combinação necessitamos monitorar estas pacientes de forma diferente da nossa rotina com hormonioterapia convencional. Independente disto, a combinação de palbociclibe e o letrozole foi bem tolerada, com uma taxa de descontinuação do tratamento por toxicidade menor aos 10%”, diz.

Métodos e resultados

Pacientes na pós-menopausa (n=666) sem terapia sistêmica prévia para câncer de mama avançado foram randomizadas 2:1 para receber palpociclib (125 mg/dia, via oral; a cada três semanas, com uma semana de descanso) + letrozol (2.5mg/dia continuamente) ou placebo + letrozol a cada 28 dias até a progressão da doença, retirada de consentimento ou morte. As pacientes foram estratificadas por local da doença, intervalo livre de doença a partir do final da terapia neoadjuvante, e terapia hormonal prévia (sim/não).
 
O endpoint primário foi a sobrevida livre de progressão por avaliação do investigador. Endpoints secundários incluíram sobrevida global, taxa de resposta objetiva, taxa de benefício clínico (taxa de benefício clínico = resposta completa +resposta parcial + doença estável ≥24 semanas), resultados relatados pelo paciente e segurança. As avaliações do tumor foram realizadas a cada 12 semanas. 347 eventos foram necessários com poder de 90% para detectar uma taxa de risco (HR) ≤0.69 a favor de palbociclib + letrozol (1-sided α=0.025).
 
Até 26 de fevereiro de 2016, ocorreram 331 eventos de sobrevida livre de progressão. As características do baseline foram bem equilibradas. A mediana de sobrevida livre de progressão foi de 24,8 meses (P + L) vs 14,5 meses (Placebo + L) (HR=0,58 [0,46-0,72], P <0,000001). A taxa de resposta global foi melhorada com palbociclib + letrozol (42,1% versus 34,7%, P=0,031; 55,3% vs 44,4% em pacientes com doença mensurável [P = 0,013]). A taxa de benefício clínico foi de 84,9% vs 70,3% (P <0,0001).
 
Os eventos adversos comuns de todos os graus com palbociclib + letrozol vs placebo + letrozol foram neutropenia (79,5% vs 6,3%), fadiga (37,4% vs 27,5%), náusea (35,1% vs 26,1%), artralgia (33,3% vs 33,8%) e alopecia (32,9% vs 15,8%). Neutropenia febril foi observada apenas com a combinação P + L (2,5%). A suspensão permanente devido a eventos adversos foi de 9,7% (P + L) vs 5,9% (Placebo + L). Os dados de sobrevida global ainda não estão maduros.

Segundo Barrios, as análises iniciais não parecem apontar para nenhum subgrupo específico que apresente maior benefício. Aprofundar estas informações, particularmente levando em conta anormalidades moleculares deverá, no futuro, auxiliar no processo de selecionar uma população que tenha maior benefício, ou ao contrário, alguma que não se beneficie desta estratégia.
 
“Um aspecto que se torna cada vez mais importante e vai exigir muito da nossa atenção é o acesso ao medicamento, uma vez que esteja aprovado no Brasil. Os custos praticados nos Estados Unidos são assustadores para nossa realidade e merecem uma análise cuidadosa entre pacientes, médicos, fontes pagadoras, indústria farmacêutica e governo. Isto deve ser valorizado particularmente pela falta de dados de sobrevida que ainda não estão maduros na análise apresentada. Estas informações ainda devem demorar para ser geradas, mas certamente serão fundamentais na discussão de conceitos relativos tanto ao custo quanto ao valor da incorporação de novos medicamentos”, conclui.
 
Informações do ensaio clínico: NCT01740427

Referência: PALOMA-2: Primary results from a phase III trial of palbociclib (P) with letrozole (L) compared with letrozole alone in postmenopausal women with ER+/HER2– advanced breast cancer (ABC) - Abstract No: 507 - Citation: J ClinOncol 34, 2016 (suppl; abstr 507)
 
 

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